Febre Tifóide
É doença endêmica estando sua
presença relacionada com águas não tratadas e más condições de higiene.
a. Agente
causador
A doença é causada pela bactéria salmonella typhi, também
conhecida como bacilo de Eberth, nome de seu descobridor. Uma vez no organismo,
a bactéria instala-se no intestino, causando do tecido linfóide, placas de Peyer da
mucosa intestinal. Em conseqüência, a mucosa é destruída, formam-se ulceras e
há hemorragias. A bactéria, sendo destruída no tecido linfóide, libera uma
toxina que, entre outros efeitos impregna partes do cérebro produzindo esturpor
(typhus).
b. Transmissão
A transmissão de febre tifóide pode ser feita de forma direta e indireta.
A forma direta
diz aos respeito aos casos em que um indivíduo são recebe a bactéria de um
doente. A forma indireta esta ligada a atividades em que o individuo são se
infecta por objetos, água ou alimentos manipulados por portadores. Esses indivíduos
geralmente são imunes ou convalescentes e possuem a bactéria. Ao elimina-las,
contaminam alimentos, como o leite, verduras e frutas, os quais, sendo
ingeridos por pessoas sadias, transmitir-lhe-ão a doença.
As moscas
domésticas também estão relacionadas com a transmissão da doença.
c. Quadro clínico
O período de
incubação é geralmente assintomático e dura, em média, cerca de quinze dias.
Segue-se o período invasivo, onde surgem sintomas como fraqueza, dor de cabeça,
astenia e náuseas. A febre acompanha esses sintomas, tornando-se alta por volta
do quinto dia.
O período
seguinte, chamado período de estado, caracteriza-se por febre, thyphus
(topor), diarréia líquida e aumento do tamanho do baço.
O último
período é o de defervescência, onde, se a evolução for favorável, os sintomas
podem regredir. Há, no entanto, casos em que surgem complicações graves como
hemorragias e perfuração intestinal.
d. Profilaxia
A profilaxia pode
ser dividida em medidas preventiva e medidas profiláticas gerais.
As medidas
preventivas compreendem: proteção, purificação e cloração da água, combate às
moscas, remoção adequada das fezes humanas, desinfecção destas com formol,
fervura e pasteurização do leite, fiscalização de produção e distribuição de
alimentos e vacinação das pessoas sujeitas a risco de contágio.
As medidas
profiláticas gerais compreendem a notificação dos casos à autoridades sanitária
local e isolamento dos casos de doenças.
e. Importância
As epidemias de
febre tifóide instalam-se em comunidades onde é precário o saneamento básico e
a água de abastecimento público não é convenientemente protegida e tratada. No
município paulista de Itatiaia, em 1954, devido à contaminação da água de
abastecimento público, ocorreu uma grave epidemia de febre tifóide. Nessa ocasião
foram registrados 909 casos de febre tifóide em uma população de 18.000 habitantes.
Dados
fornecidos pela Divisão Nacional de Epidemiologia/SNABS/ Ministério da Saúde relatam,
no Brasil, a ocorrência de 2.708 casos de febre tifóide durante o ano de 1982
(até setembro).
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