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domingo, 15 de janeiro de 2012

O PARNASIANISMO

Introdução 
     Parnasse (em português, Parnaso e daí Parnasianismo) origina-se de Parnassus (região montanhosa da Grécia). Segundo a lenda, aí morava os poetas. O Parnasianismo é uma estética literária de caráter exclusivamente poético. A poesia parnasiana volta-se para um mundo onde há o ideal da perfeição estética e a sublimação da “arte pela arte”. 

Origem 
     Os franceses, primeiros parnasianos, buscaram o ideal da perfeição clássica na Grécia antiga. A revista Parnasse Contemporain foi publicada numa época em que a revolução industrial e o crescimento urbano haviam superado as revoluções liberais da fase romântica. A França teve quatro grandes poetas parnasianos: Théofile Gautier, o “poeta de cores e contornos”, preocupa-se em praticar a arte pela arte; Théodore de Banville, em seu Tratado de Poesia Francesa, apresenta alguns ritmos da poesia francesa; Charles Baudelaire, escreve Flores do Mal (1857), onde repudia tudo que seja vulgar; Leconte de Lisle, para quem a poesia foi uma espécie de religião; fez poesia erudita, épica e filosófica. 

Características 
     Retorno a tradição clássica; Poemas descritivos; Reação contra o ultra-romantismo muito em voga em meados do século XIX; abandono do sentimentalismo romântico; preferência por temas universais; Tom comedido na descrição de sentimentos pessoais; Temas objetivos baseados na natureza e na história; ânsia por tudo aquilo que é exterior e particularizado: vasos gregos, orgias gregas, bacanais latinos, velhos alfarrábios, cenas de batalhas, etc. Os parnasianos revelam em seus poemas o gosto pelo exótico, pela raridade; observa-se o uso de rimas ricas e raras, métrica rigorosa e preferência pelas formas fixas; a poesia é como um trabalho de ourives. O Parnasianismo tem como principal objetivo a elaboração de textos bem burilados que levem à beleza absoluta, à perfeição formal.  A arte pela arte, isto é, a poesia volta-se para o belo; há acentuado desprezo por temas vulgares. 
O PARNASIANISMO NO BRASIL 
Panorama histórico 
     Grandes acontecimentos históricos marcam a geração do parnasianos brasileiros. A abolição da escravatura (1888) coincide com a estréia literária de Olavo Bilac. No ano seguinte, houve a queda do regime imperial com a Proclamação da República. A transição do século XIX para o século XX representou para o Brasil: um período de consolidação das novas instituições republicanas; fim do regime militar e desenvolvimento dos governos civis; restauração das finanças; impulso ao progresso material. 
     Depois das agitações do início da República, o Brasil atravessou um período de paz política e de prosperidade econômica. Um ano após a Proclamação da República, instalou-se a primeira Constituição e, em fins de 1891, Marechal Deodoro dissolve o Congresso e renuncia ao poder, sendo substituído pelo “Marechal de Ferro”, Floriano Peixoto. Precursores Floresceu o Parnasianismo no Brasil entre 1870 e 1880, sob a influência da poesia francesa e sob a influência da Questão Coimbrã. Foram precursores do Parnasianismo brasileiro: Luís Guimarães Júnior: Sonetos e Rimas (1880); Afonso Celso: Telas Sonantes (1876); Sílvio Romero: Cantos do Fim do Século (1878); Martins Júnior: Estilhaços (1879), Visões de Hoje (1881); Machado de Assis: Ocidentais (1880); Teófilo Dias: Fanfarras (1882). 


POETAS DO PARNASIANISMO BRASILEIRO 

     Olavo Bilac (Rio de Janeiro- RJ, 1865-1918) Olavo Bilac publica, em 1888, Poesias, quando o Parnasianismo brasileiro já estava definido como um novo estilo, graças ao trabalho de Raimundo Correia e de Adalberto de Oliveira. Olavo Bilac, o mais talentoso dos três, no prefácio de seu livro de estréia, sintetiza os princípios da “nova escola” no poema Profissão de fé. Olavo Bilac dedica-se à poesia e ao jornalismo, contra a vontade do pai que o queria médico. Rompe definitivamente com seu pai por ter um espírito boêmio e inconstante. Foi jornalista, poeta, crítico, orador.
     Fez inúmeras viagens e, estando em Paris, a revista Fon-Fon cognominou-o “príncipe dos poetas brasileiros”. O presidente Wenceslau Brás, preocupado com a Primeira Grande Guerra, na Europa, em 1914, conta com o prestígio de Bilac junto à mocidade brasileira, na propaganda da obrigatoriedade do serviço militar. Bilac faz, então, conferências, pregando o patriotismo. Foi o autor da letra do Hino à Bandeira, musicada pelo maestro Francisco Braga. O seu livro Poesias contém três partes distintas:
_ Panóplias: poemas onde há:
a) predomínio das descrições ornamentais;
b) referência à cultura greco-latina; Via-láctea: trinta e cinco sonetos impregnados de um lirismo amoroso platônico; Sarças de fogo: poemas eróticos e satíricos.
    Tarde, seu livro póstumo, contém admiráveis sonetos, diferentes dos de Via-láctea; comparáveis aos de Camões e de Antero de Quental, quer pela beleza formal, quer pelo conteúdo.

Características da obra de Olavo Bilac

     Sensualidade e platonismo alternam-se em seus poemas líricos; Formalismo; Utilização de temas greco-romanos, principalmente da mitologia; Uso freqüente da natureza; Exaltação da pátria; Didatismo sobre temas como trabalho, pátria, família, etc.

Antonio Mariano Alberto de Oliveira (Saquarema – RJ, 1859 – Niterói – RJ, 1937) Diploma-se em farmácia; inicia, mas não conclui o curso de Medicina. Ao lado de Machado de Assis, faz parte ativa na Fundação da Academia Brasileira de Letras. Foi doutor honoris causa pela Universidade de Buenos Aires. Elegem-no “príncipe dos poetas brasileiros” num concurso promovido pela revista Fon-Fon, para substituir o lugar deixado por Olavo Bilac. Alberto de Oliveira foi coerente aos princípios formais da nova corrente literária. Seu livro de estréia, Canções Românticas (1878), já apresenta características renovadoras.
     Publica, em 1885, Sonetos e Poemas. Publica, ainda, Meridionais (1884), que, segundo Péricles Eugênio, é “o livro mais equilibrado do mestre parnasiano”. Características da poesia de Alberto de Oliveira Objetividade; Impassibilidade e correção técnica; Excessiva preocupação formal; Sintaxe rebuscada; Fuga ao sentimental e ao piegas; apreciador da leitura clássica, conhecedor da língua e da versificação, é considerado por muitos como o mais perfeito dos parnasianos.

Raimundo da Mota de Azevedo Correia (Costas do Maranhão – MA, 1859 – Paris-França, 1911) Poeta e diplomata brasileiro, foi considerado um dos inovadores da poesia brasileira. Quando secretário da legação diplomática brasileira em Portugal, publica aí uma coletânea de seus livros na obra Poesia (1898). De volta ao Brasil, assume a direção do Ginásio Fluminense de Petrópolis. Com a saúde bastante abalada, Raimundo Correia retorna à Europa, vindo a falecer em Paris. Raimundo Correia publica Primeiros Sonhos, com vinte anos de idade. 
     Nessa época, os ânimos de poetas vinculados ao Romantismo e adeptos da “poesia nova” mostram-se acesos na chamada Batalha do Parnaso, reflexo da Questão Coimbrã. Raimundo Correia, aluno da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, empolga-se pela vida acadêmica, surgindo nele um ardente sentimento de liberalismo a ponto de declamar em praça pública poemas de Antero de Quental. Entusiasmado pelas novas idéias, escreve Sinfonias (1883) – obra de considerável importância para a cristalização da estética parnasiana na literatura brasileira. Em 1887, escreve Versos e Versões e, em 1891, publica Aleluias, poesia com tons levemente religiosos e metafísicos. 
 
Vicente Augusto de Carvalho (Santos – SP, 1866 – São Paulo – SP, 1924) Poeta e magistrado brasileiro, formou-se, em 1886, pela Faculdade de Direito do Largo São Francisco. Nessa época era um ardente abolicionista e republicano. Publicou: Ardentias (1885) – primeira coletânea de versos; Relicário (1888) – poemas líricos. Sua melhor obra foi Poemas e Canções (1908), prefaciada por Euclides da Cunha - coleção de poesias esparsas, compostas ao longo de vinte anos, inclusive Rosa, Rosa de Amor, um dos mais inspirados poemas líricos. Vicente de Carvalho é parnasiano pela escolha de temas objetivos, entre eles um épico: Fugindo ao Cativeiro. Em 1909 foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras. Escreveu ainda: Páginas Soltas (1911) – prosas literárias; Luizinha (1918) – peça teatral. Deixou fragmentos do poema Fausto.

quarta-feira, 9 de março de 2011

TROVADORISMO

     As origens da literatura portuguesa remontam ao século XII, quando Portugal se constituiu como um país independente. Nessa época, com a unificação da linguagem de Portugal e Galiza, passou-se a utilizar a língua galego-portuguesa. Dois traços marcantes devem ser lembrados para uma visão da sociedade da época: o teocentrismo, no plano religioso, e o feudalismo, no plano político-econômico.
     Com o teocentrismo, isto é, a centralização da vida humana em Deus, expressava-se a intensa religiosidade, que acompanhou toda a luta dos portugueses empenhados na expulsão dos mouros da Península Ibérica.
     Com o feudalismo, os nobres que possuíssem feudos exerciam os poderes do governo por meio de um sistema de vassalagem, que era baseado numa espécie de contrato que implicava obrigações mútuas entre o senhor e o vassalo. Os vassalos obedeciam ao senhor e o serviam pela proteção e ajuda econômica que dele recebiam. Esse sistema de vassalagem refletiu-se na poesia trovadoresca, principalmente nas cantigas de amor, em que o trovador se colocava normalmente na condição de vassalo diante da dama.
     É uma cantiga de amor o primeiro documento literário português, datado de 1189 (ou 1198). Trata-se da “Cantiga da Ribeirinha” (ou “da Guarvaia”), do poeta Paio Soares de Taveirós, dedicada a D. Maria Paes Ribeiro, a Ribeirinha. Esse poema assinala o início da época trovadoresca, que se estende até 1418, quando Fernão Lopes é nomeado arquivista oficial da Torre do Tombo. Os poetas dessa época eram chamados de trovadores.
     A palavra trovador vem do francês trouver, que significa “achar”, “encontrar”. Dizia-se que o poeta “achava” a música adequada ao poema e cantava acompanhado de instrumentos como a cítara, a viola, a lira ou a harpa. A poesia trovadoresca tem sua importância como documento da história de nossa língua, de costumes da época e como inspiradora do lirismo de poetas de escolas posteriores.
     As poesias trovadorescas estão reunidas em cancioneiros. Os mais importantes são:
_ O Cancioneiro da Ajuda, o mais antigo, com 310 cantigas;
_ O Cancioneiro da Vaticana, pertencente à Biblioteca do Vaticano, com 1205 cantigas;
_ O Cancioneiro da Biblioteca Nacional de Lisboa, anteriormente chamado de Colocci-Brancutti, com 1647 cantigas.

Panorama Histórico

Na história da literatura portuguesa o Trovadorismo é a primeira escola literária. Esse movimento literário compreende o período que vai, aproximadamente, do século XII ao século XIV. A partir da segunda metade do século XII, Portugal começava a afirmar-se como reino independente, embora ainda mantivesse laços econômicos, sociais e culturais com o restante da Península Ibérica. Desses laços surgiu, próximo à Galícia (região do norte do rio Douro), uma língua particular, de traços próprios, chamada galego-português.
A produção literária dessa época foi feita nesta variação lingüística. A cultura trovadoresca refletia bem o panorama histórico desse período: as Cruzadas, a luta contra os mouros, o feudalismo, o poder espiritual do clero.
O período histórico em que surgiu o Trovadorismo foi marcado por um sistema econômico e político chamado feudalismo, que consistia numa hierarquia rígida entre senhores: um deles, o suserano, fazia a concessão de uma terra (feudo) a outro indivíduo, o vassalo. O suserano, no regime feudal, prometia proteção ao vassalo como recompensa por certos serviços prestados. Essa relação de dependência entre suserano e vassalo era chamada de vassalagem.
Assim, o senhor feudal ou suserano era quem detinha o poder, fazendo a concessão de uma porção de terra a um vassalo, encarregado de cultivá-la. Além da nobreza (classe a que pertenciam os senhores feudais) e a classe dos vassalos ou servos, havia ainda ‘outra classe social: o clero. Nessa época, o poder da Igreja era bastante forte, visto que o clero possuía grandes extensões de terra, além de dedicar-se também à política.
Os conventos eram verdadeiros centros difusores da cultura medieval, pois era neles que se escolhiam os textos filosóficos a serem divulgados, em função da moral cristã. A religiosidade foi um aspecto marcante da cultura medieval portuguesa. A vida do povo lusitano estava voltada para os valores espirituais e a salvação da alma.
Nessa época, eram freqüentes as procissões, as romarias, além das próprias Cruzadas – expedições realizadas durante a Idade Média, que tinham como principal objetivo a libertação dos lugares santos, situados na Palestina e venerados pelos cristãos. Essa época foi caracterizada por uma visão teocêntrica (Deus como o centro do Universo). Até mesmo as artes tiveram como tema motivos religiosos. Tanto a pintura quanta a escultura procurava retratar cenas da vida de santos ou episódios bíblicos. Quanto à arquitetura, o estilo gótico é o que predominava, através da construção de catedrais enormes e imponentes, projetadas para o alto, à semelhança de mãos em prece tentando tocar o céu.
Na literatura, desenvolveu-se em Portugal um movimento poético chamado Trovadorismo. Os poemas produzidos nessa época eram feitos para serem cantados por poetas e músicas (trovadores, menestréis, jograis e segréis). Recebiam o nome de cantigas, porque eram acompanhados por instrumentos de cora e de sopro. Mais tarde, essas cantigas foram reunidas em Cancioneiros: o da Ajuda, o da Biblioteca Nacional e o da Vaticana.
Trovador: poeta que compunha a letra e a música de canções; em geral era uma pessoa culta.
Jogral: cantor e tangedor ambulante, em geral de origem plebéia.
Menestrel: músico-poeta sedentário; vivia na casa de um fidalgo, enquanto o jogral andava de terra em terra.
Segrel: trovador profissional, fidalgo desqualificado que ia de corte em corte, acompanhado de um jogral. Continua...



A POESIA MEDIEVAL PORTUGUESA

A produção poética medieval portuguesa pode ser agrupada em dois gêneros:
_ gênero lírico: em que o amor é a temática predominante; são as cantigas de amor e as cantigas de amigo;
_ gênero satírico: em que o objetivo é criticar alguém, ridicularizando esta pessoa de forma sutil ou grosseira; a este gênero pertencem as cantigas de escárnio e as cantigas de maldizer.

Gênero Lírico

Dentro do gênero lírico, o texto que dá início à literatura portuguesa chama-se Canção da Ribeirinha, escrita possivelmente em 1189, por Paio Soares de Taveirós. Segundo Dona Carolina Michaëlis de Vasconcelos, essa cantiga foi dedicada à ribeirinha (Maria Pais Ribeiro), favorita de D. Sancho I, segundo rei de Portugual. Há dois tipos de poemas pertencentes ao gênero lírico, no Trovadorismo:

a) Cantiga de amor: a cantiga de amor é de influência provençal (Provença – região do sul da França). Esse tipo de cantiga mostra o amor cortês da época; o poeta fala em seu próprio nome, exprimindo seus sentimentos amorosos pela dama cortejada. É um amor de realização impossível, pois sua amada é casada ou pertence a uma classe social superior à sua. Por não ser correspondido, o homem sofre (coita d'amor), exterioriza suas queixas, humilha-se aos pés da amada, como um servo (vassalagem amorosa).
Sempre respeitoso, o eu-lírico masculino jamais revela o nome de sua amada, enfatizando sempre que ela é superior a ele. A mulher é chamada de mia senhor e o eu-lírico tece elogios à sua beleza, ao mesmo tempo em que sofre por saber que jamais poderá tocá-la. Influenciado pela moral cristã, o poeta se dispõe a um afastamento casto de sua amada, desejando-a, respeitosamente, a distância.

b) Cantiga de Amigo: originou-se na Península Ibérica. Nas cantigas de amigo, o trovador expressa os sentimentos que ele supõe que a amada lhe dedique. A principal característica das cantigas de amigo é o sentimento do eu-lírico feminino, embora elas sejam escritas por um homem. A cantiga de amigo procura mostrar a mulher dialogando com sua mãe, com uma amiga ou com a natureza, sempre preocupada com sue amigo (namorado).
Outras vezes, o próprio amigo é o destinatário do texto, como se a mulher desejasse fazer-lhe confidências de seu amor. Mais populares, as cantigas de amigo não se ambientam em palácios, e sim em lugares mais simples, como o campo, as igrejas, etc. Mostram, muitas vezes, cenas do cotidiano, em que a moça vai lavar roupa, vai a uma romaria ou freqüenta uma festa.
As cantigas de amigo apresentam alguns aspectos que as diferenciam das cantigas de amor:
_ os temas são mais variados que nas cantigas de amor; _ por serem cantigas populares, a linguagem é menos rica e mais musical;
_ destinam-se ao canto e à dança;
_ nelas são configurados os problemas sociais e políticos.

Além disso, quanto à forma, é freqüente o uso do refrão (repetição de versos) e do paralelismo (construção que se repete com pequenas alterações a cada estrofe). Quando não apresenta refrão, a cantiga é considerada melhor elaborada, recebendo o nome de cantiga de maestria ou maestria.


OS CANCIONEIROS

Se hoje temos acesso a textos do trovadorismo é graças à compilação feita em três grandes cancioneiros:
a) Cancioneiro da Ajuda: assim designado por conservar-se na Biblioteca do Palácio da Ajuda, em Lisboa, no qual são agrupadas 310 cantigas de amor.
b) Cancioneiro da Vaticana: encontrado em Roma, na biblioteca do Vaticano, datado dos fins do século XV. Contém 1205 cantigas de todos os tipos.
c) Cancioneiro da Biblioteca Nacional de Lisboa: o mais completo dos três, com 1647 poesias. Foi copiado na Itália, no século XVI; pertenceu a um humanista italiano, Ângelo Colocci, e, no século XIX, foi encontrado na biblioteca do Conde Brancutti. Por isso, às vezes, é também chamado de Cancioneiro Colocci-Brancutti.

TIPOS DE CANTIGA 
     Havia dois tipos de cantigas: 
1) a cantiga lírico-amorosa, que se subdividia em cantiga de amor e cantiga de amigo. 
2) a cantiga satírica, que podia ser de escárnio ou de maldizer. Veja, a seguir as principais características de cada uma.  

Cantigas de Amor 
     Quem fala no poema é um homem, que se dirige a uma mulher da nobreza, geralmente casada. Esse amor se torna impraticável pela situação da mulher. O homem sofre, coloca-se numa posição de vassalo, isto é, de servo da mulher amada. Ele cultiva esse amor sem segredo, sem revelar o nome da dama, que nem sabe dos sentimentos amorosos do trovador. Ele a coloca num plano elevadíssimo, ideal. Nesse tipo de cantiga há a presença de refrão que insiste na idéia central, exaltando um amor sem correspondência. Ex: A Ribeirinha, de Paio Soares de Taveirós.  

Cantiga de Amigo 
     O trovador coloca como personagem central uma mulher solteira, da classe popular. Pela boca do trovador, ela canta a ausência do amigo (amado, namorado) que está afastado a serviço do rei, em expedições ou em guerras. Nesse tipo de poema, a moça conversa e desabafa seus sentimentos de amor com a mãe, as amigas, as árvores, as fontes, o mar, os rios, etc. É de caráter narrativo e descritivo. 

Cantiga Satírica 
     Ora se chama cantiga de escárnio, ora de maldizer. Esse tipo de cantiga procurava satirizar (ridicularizar) pessoas e costumes da época. Alguns poetas, em seus ataques agressivos, chegavam a utilizar uma linguagem de baixo nível (chula).

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