Depois das agitações do início da República, o Brasil atravessou um
período de paz política e de prosperidade econômica.
Um ano após a Proclamação da República, instalou-se a primeira
Constituição e, em fins de 1891, Marechal Deodoro dissolve o Congresso e
renuncia ao poder, sendo substituído pelo “Marechal de Ferro”, Floriano
Peixoto.
Precursores
Floresceu o Parnasianismo no Brasil entre 1870 e 1880, sob a influência
da poesia francesa e sob a influência da Questão Coimbrã.
Foram precursores do Parnasianismo brasileiro:
Luís Guimarães Júnior: Sonetos e Rimas (1880);
Afonso Celso: Telas Sonantes (1876);
Sílvio Romero: Cantos do Fim do Século (1878);
Martins Júnior: Estilhaços (1879), Visões de Hoje (1881);
Machado de Assis: Ocidentais (1880);
Teófilo Dias: Fanfarras (1882).
POETAS DO PARNASIANISMO BRASILEIRO
Olavo Bilac
(Rio de Janeiro- RJ, 1865-1918)
Olavo Bilac publica, em 1888, Poesias, quando o Parnasianismo
brasileiro já estava definido como um novo estilo, graças ao trabalho de
Raimundo Correia e de Adalberto de Oliveira.
Olavo Bilac, o mais talentoso dos três, no prefácio de seu livro de
estréia, sintetiza os princípios da “nova escola” no poema Profissão de
fé.
Olavo Bilac dedica-se à poesia e ao jornalismo, contra a vontade do pai
que o queria médico. Rompe definitivamente com seu pai por ter um
espírito boêmio e inconstante. Foi jornalista, poeta, crítico, orador.
Fez inúmeras viagens e, estando em Paris, a revista Fon-Fon
cognominou-o “príncipe dos poetas brasileiros”.
O presidente Wenceslau Brás, preocupado com a Primeira Grande Guerra,
na Europa, em 1914, conta com o prestígio de Bilac junto à mocidade
brasileira, na propaganda da obrigatoriedade do serviço militar. Bilac
faz, então, conferências, pregando o patriotismo. Foi o autor da letra
do Hino à Bandeira, musicada pelo maestro Francisco Braga.
O seu livro Poesias contém três partes distintas:
_ Panóplias: poemas onde há:
a) predomínio das descrições ornamentais;
b) referência à cultura greco-latina;
Via-láctea: trinta e cinco sonetos impregnados de um lirismo amoroso
platônico;
Sarças de fogo: poemas eróticos e satíricos.
Tarde, seu livro póstumo, contém admiráveis sonetos, diferentes dos de
Via-láctea; comparáveis aos de Camões e de Antero de Quental, quer pela
beleza formal, quer pelo conteúdo.
Características da obra de Olavo Bilac
Sensualidade e platonismo alternam-se em seus poemas líricos;
Formalismo;
Utilização de temas greco-romanos, principalmente da mitologia;
Uso freqüente da natureza;
Exaltação da pátria;
Didatismo sobre temas como trabalho, pátria, família, etc.
Antonio Mariano Alberto de Oliveira
(Saquarema – RJ, 1859 – Niterói – RJ, 1937)
Diploma-se em farmácia; inicia, mas não conclui o curso de Medicina. Ao
lado de Machado de Assis, faz parte ativa na Fundação da Academia
Brasileira de Letras. Foi doutor honoris causa pela Universidade de
Buenos Aires. Elegem-no “príncipe dos poetas brasileiros” num concurso
promovido pela revista Fon-Fon, para substituir o lugar deixado por
Olavo Bilac.
Alberto de Oliveira foi coerente aos princípios formais da nova
corrente literária.
Seu livro de estréia, Canções Românticas (1878), já apresenta
características renovadoras.
Publica, em 1885, Sonetos e Poemas.
Publica, ainda, Meridionais (1884), que, segundo Péricles Eugênio, é “o
livro mais equilibrado do mestre parnasiano”.
Características da poesia de Alberto de Oliveira
Objetividade;
Impassibilidade e correção técnica;
Excessiva preocupação formal;
Sintaxe rebuscada;
Fuga ao sentimental e ao piegas; apreciador da leitura clássica,
conhecedor da língua e da versificação, é considerado por muitos como o
mais perfeito dos parnasianos.
Raimundo da Mota de Azevedo Correia
(Costas do Maranhão – MA, 1859 – Paris-França, 1911)
Poeta e diplomata brasileiro, foi considerado um dos inovadores da
poesia brasileira.
Quando secretário da legação diplomática brasileira em Portugal,
publica aí uma coletânea de seus livros na obra Poesia (1898). De volta
ao Brasil, assume a direção do Ginásio Fluminense de Petrópolis. Com a
saúde bastante abalada, Raimundo Correia retorna à Europa, vindo a
falecer em Paris.
Raimundo Correia publica Primeiros Sonhos, com vinte anos de idade.
Nessa época, os ânimos de poetas vinculados ao Romantismo e adeptos da
“poesia nova” mostram-se acesos na chamada Batalha do Parnaso, reflexo
da Questão Coimbrã.
Raimundo Correia, aluno da Faculdade de Direito do Largo São Francisco,
empolga-se pela vida acadêmica, surgindo nele um ardente sentimento de
liberalismo a ponto de declamar em praça pública poemas de Antero de
Quental. Entusiasmado pelas novas idéias, escreve Sinfonias (1883) –
obra de considerável importância para a cristalização da estética
parnasiana na literatura brasileira.
Em 1887, escreve Versos e Versões e, em 1891, publica Aleluias, poesia
com tons levemente religiosos e metafísicos.
Vicente Augusto de Carvalho
(Santos – SP, 1866 – São Paulo – SP, 1924)
Poeta e magistrado brasileiro, formou-se, em 1886, pela Faculdade de
Direito do Largo São Francisco. Nessa época era um ardente abolicionista
e republicano.
Publicou: Ardentias (1885) – primeira coletânea de versos; Relicário
(1888) – poemas líricos.
Sua melhor obra foi Poemas e Canções (1908), prefaciada por Euclides da
Cunha - coleção de poesias esparsas, compostas ao longo de vinte anos,
inclusive Rosa, Rosa de Amor, um dos mais inspirados poemas líricos.
Vicente de Carvalho é parnasiano pela escolha de temas objetivos, entre
eles um épico: Fugindo ao Cativeiro.
Em 1909 foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras.
Escreveu ainda: Páginas Soltas (1911) – prosas literárias; Luizinha
(1918) – peça teatral.
Deixou fragmentos do poema Fausto.
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