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sábado, 21 de janeiro de 2012

EÇA DE QUEIRÓS

     JOSÉ MARIA EÇA DE QUEIRÓS (Póvoa de Varzim, 1845 – Paris, 1900) Foi um dos maiores escritores portugueses. Nasceu em Póvoa de Varzim, em 1845. Filho ilegítimo de um advogado e da filha de um militar, passa a primeira infância com a madrinha e em internatos. Só vem a conhecer seus pais aos dez anos. Esse fato explica a sua sensibilidade face à hipocrisia moral; denuncia, em seus romances, a contradição entre a religiosidade aparente e os sentimentos reais de suas personagens. 
     Eça de Queirós forma-se em Direito, em 1866, pela Universidade de Coimbra. Vai para Lisboa onde começa a escrever. Cabe-lhe a glória de ter sido o criado do Realismo nacional. A sua personalidade literária define-se nos folhetins publicados na Gazeta de Portugal, reunidos num livro póstumo chamado Prosas Bárbaras. Em 1888, Eça de Queirós é designado cônsul em Paris, onde morre em 1900. Eça de Queirós acompanha, como simples espectador, o grupo de acadêmicos na Questão Coimbrã. A sua presença foi mais atuante nas Conferências do Cassino de Lisbonense. 
     Em 1874, Eça de Queirós publica Singularidades de uma Rapariga Loura, conto original pelo tema, pela técnica e pelo estilo; nele o autor revela uma nova forma de narração. Em 1870, Eça de Queirós, de colaboração com Ramalho Ortigão, publica um romance policial intitulado O Ministério da Estrada de Sintra. No ano seguinte, Eça e Ramalho empreendem a publicação em fascículos mensais de As Farpas – documento de história social e política do seu tempo e de seu país. 
     A obra de Eça de Queirós pode ser dividida em três fases: 
1ª fase: Eça publica, em forma de folhetins, os primeiros textos, reunidos depois num só volume: Prosas Bárbaras. 
2ª fase - Realista: três romances importantes para a literatura portuguesa são escritos nesta fase: O Crime do Padre Amaro, O Primo Basílio e Os Maias, além de uma novela fantástica chamada O Mandarim. O Crime do Padre Amaro analisa a vida de uma cidade provinciana, criticando impiedosamente os costumes do clero português. 
     Em meio ao cotidiano da cidadezinha de Leiria, Eça de Queirós explora a atração que sente o jovem padre Amaro pro Amélia, uma moça acostumada a acreditar em todas as palavras ditas pelos religiosos. Com termos fortes, sarcásticos, Eça mostra a depravação dos padres e seus hábitos corruptos, escandalizando a Igreja e a sociedade de seu tempo. Na obra O Primo Basílio, Eça analisa a vida da sociedade portuguesa, mostrando o adultério, a falsidade, o jogo de interesses, as ilusões românticas da mulher burguesa, o moralismo. A história trata do adultério cometido por Luísa com Basílio, seu primo, durante uma viagem de Jorge, seu marido. A criada de Luísa, Juliana, descobre a traição e passa a chantageá-la.
     Abandonada por Basílio, sentindo-se culpada e pressionada por Juliana, Luísa adoece e morre. Em Os Maias, o autor revela detalhadamente a vida da alta sociedade portuguesa, abordando como tema o incesto entre dois irmãos. Carlos Eduardo e Maria Eduarda conhecem-se em Lisboa e apaixonam-se, sem saber que são irmãos; haviam sido separados na infância, tendo vivido em países diferentes. O acaso faz com que descubram o parentesco e percebam, horrorizados, a relação incestuosa que praticaram. Ao lado desta trama central, o autor envolve um amplo painel dos costumes da época, evidenciando sua futilidade e artificialidade. 
3ª fase – Pós-realista: também chamada de fase nacionalista, é nela que Eça de Queirós busca outros ideais, além dos realistas. Volta-se para o elogio da vida no campo, da colonização da África, da caracterização de Portugal e suas tradições. Nesta fase, Eça escreve A Ilustre Casa de Ramires, obra que mescla duas narrativas diferentes: numa, em estilo realista, o autor traça o perfil de Gonçalo Mendes Ramires, um fidalgo português em decadência, mas que conserva traços do verdadeiro espírito lusitano; na outra, escrita pelo próprio Gonçalo em estilo romântico, semelhante ao de Alexandre Herculano, narram-se os feitos de Tructesindo Ramires, ancestral de Gonçalves, na Idade Média. 
     Outra obra desta fase é A Cidade e as Serras, obra que defende a vida no campo, opondo Paris à aldeia portuguesa de Tormes. Jacinto, a personagem central, vive deslumbrado pelos avanços da civilização até que, obrigado a viajar para o campo, perde sua bagagem e vê-se obrigado a viver de forma rústica e natural. Com isso, aprende a valorizar a simplicidade só encontrada no campo. A obra A Relíquia tem como tema a hipocrisia religiosa, misturando caricatura e lirismo. Teodorico, que é a personagem principal, faz uma peregrinação à Terra Santa a fim de trazer uma relíquia sagrada para sua tia. Em troca, tem a certeza de que ela o nomeará herdeiro de todos os seus bens e ele tornar-se-á rico. A troca casual de dois embrulhos, porém, faz com que ele traga para sua tia a camisola de Mary, com quem teve um caso durante a viagem, e não a sonhada relíquia. Deserdado, Teodorico é expulso da casa da tia.

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