CONJURAÇÃO MINEIRA (1789)
Em meados do século XVIII, as minas de ouro começaram a
dar sinais de esgotamento. A produção de ouro diminuiu e os habitantes das
minas não conseguiam pagar os impostos devidos à coroa. A coroa reservava para
sim um quinto do ouro produzido nas minas. Além disso, arrendava a arrecadação
de tributos a particulares. Quando a receita da coroa começou a diminuir, as
autoridades metropolitanas não acreditaram nos relatórios dos funcionários:
achavam que o ouro estava sendo contrabandeado para burlar o fisco.
Visando recuperar o prejuízo com a arrecadação do
quinto, a coroa enviou o visconde de Barbacena, homem de confiança do rei, como
governador para as minas. O novo governador da capitania de Minas Gerais tinha
ordens de cobrar os impostos atrasados através de uma derrama. A derrama
significava que toda a população das minas, os proprietários de lavras, os
simples faiscadores e desclassificados, deveria contribuir para arrecadar a
soma exigida pela coroa. Isso incluía vários contratadores que deviam somas
elevadas ao tesouro real.
Inspirados pelo movimento revolucionário de
independência dos colonos ingleses da América do Norte, realizado a partir de
1776, vários membros da elite local se reuniram para conspirar contra o sistema
colonial. Os principais envolvidos na revolta de 1789 eram contratadores,
fazendeiros, funcionários da Câmara de Vila Rica e contrabandistas.
O alferes Joaquim José da Silva Xavier,
conhecido por Tiradentes, estava encarregado de obter apoio militar e popular à
revolta. Tomando como exemplo os revolucionários norte-americanos, os
“inconfidentes” de Minas Gerais pretendiam proclamar uma República independente
de Portugal. Apesar disso, pretendiam manter a ordem escravista.
Segundo o plano dos conspiradores, o movimento teria início com a derrama.
Antes disso, Joaquim Silvério dos Reis denunciou a existência do movimento ao
visconde de Barbacena, que imediatamente suspendeu a derrama:
_ Em maio de 1789, Tiradentes foi
preso no Rio de Janeiro;
_ Os demais inconfidentes foram
presos e submetidos a um processo legal que terminou em 1792.
Alguns inconfidentes foram condenados ao degredo, isto
é, ao exílio, na, África. Outros foram condenados à prisão perpétua.
Tiradentes, o rebelde de condição social mais humilde, considerado o
responsável pela agitação das minas, foi condenado à morte. No dia 21 de abril
de 1792, como castigo exemplar, Tiradentes foi enforcado, decapitado e
esquartejado no Rio de Janeiro.