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quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

JOAQUIM MANUEL DE MACEDO

     Joaquim Manuel de Macedo, jornalista, professor, romancista, poeta, teatrólogo e memorialista, nasceu em Itaboraí, RJ, em 24 de junho de 1820, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 11 de abril de 1882. É o patrono da Cadeira n. 20, por escolha do fundador Salvador de Mendonça. Era filho do casal Severino de Macedo Carvalho e Benigna Catarina da Conceição. Formado em Medicina pela Faculdade do Rio de Janeiro, clinicou algum tempo no interior do estado do Rio. 
     No mesmo ano da formatura (1844), publicou A Moreninha, que lhe deu fama instantânea e constituiu uma pequena revolução literária, inaugurando a voga do romance nacional. Alguns estudiosos consideram que a heroína do livro é uma clara transposição da sua namorada, e futura mulher, Maria Catarina de Abreu Sodré, prima-irmã de Álvares de Azevedo. 
     Em 1849, fundou com Araújo Porto-Alegre e Gonçalves Dias a revista Guanabara, onde apareceu grande parte do seu poema-romance A Nebulosa, que alguns críticos consideram um dos melhores do Romantismo. Voltou ao Rio, abandonou a medicina e foi professor de História e Geografia do Brasil no Colégio Pedro II. Era muito ligado à Família Imperial, tendo sido professor dos filhos da princesa Isabel. Militou no Partido Liberal, servindo-o com lealdade e firmeza de princípios, como o provam seus discursos parlamentares. Foi deputado provincial (1850, 1853, 1854-59) e deputado geral (1864-68 e 1873-81). Membro muito ativo do Instituto Histórico (desde 1845) e do Conselho Diretor da Instrução Pública da Corte (1866).
      Nos últimos anos, sofreu de decadência das faculdades mentais, falecendo antes de completar 62 anos. Foi ativa e fecunda a sua carreira intelectual nas várias atividades que exerceu. Um dos fundadores do romance brasileiro, foi considerado em vida uma das maiores figuras da literatura contemporânea e, até o êxito de José de Alencar, o principal romancista. O memorialista ainda é lido com interesse nas Memórias da rua do Ouvidor e Um passeio pela cidade do Rio de Janeiro. 
     Foi no romance, entretanto, que Macedo conseguiu perdurar. Suas histórias evocam aspectos da vida carioca na segunda metade do século XIX, com simplicidade de estilo, senso de observação dos costumes e da vida familiar. Algumas obras: A Moreninha (1884); O moço louro (1845); Os dois amores (1848); Rosa (1849); Vicentina (1853); O forasteiro (1855); duas sátiras político-sociais: A carteira de meu tio (1855) e Memórias do sobrinho do meu tio (1867-68); As mulheres de mantilha (1870) e vários outros romances. Para o teatro, escreveu 16 peças, das quais 14 foram à cena em vida do autor, com aplauso da platéia. E a crítica, tanto a atual como a do século passado, é quase unânime em reconhecer que no teatro está a melhor parte de sua obra.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

A PROSA ROMÂNTICA NO BRASIL

Os jornais e a literatura 
     
     O Romantismo é fruto de um complexo movimento de idéias políticas, sociais e artísticas. Esse movimento encontra, no Brasil, um clima propício ao seu desenvolvimento. O público leitor, representado por pessoas da aristocracia rural, encontra na literatura um meio de entretenimento.
     O objetivo dos primeiros jornais, no século XIX, é expandir a cultura entre os leitores médios. O jornalismo literário conta com vários adeptos. Os romances de folhetim, de crítica literária, de crônicas passam, então, a ser cultivados. Surgem cronistas importantes, entre eles José de Alencar. Dos seus folhetins, Ao Correr da Pena (1851-1855), sairão mais tarde romances urbanos como Senhora, Sonhos D'ouro, pautados em observações do autor sobre a sociedade do tempo. 
     França Junior – o mais prestigiado cronista da época – publica seus folhetins nos jornais O Globo Ilustrado, O País, O Correio Mercantil. É preciso frisar que a difusão, em livro ou em jornal, de traduções livres, resumos de romance e narrativas populares da cultura estrangeira contribuiu bastante para a divulgação e consolidação desse novo gênero literário.
     A prosa ficcional A ficção (romance, novela e contos) se inclui entre os gêneros literários preferidos pelo Romantismo. Com o estabelecimento da corte imperial no Brasil e com o crescente desenvolvimento de alguns núcleos urbanos, o público jovem começa a tomar um certo interesse pela literatura. É do agrado desse público leitor o romance que tenha uma história sentimental, com algum suspense e um desfecho feliz.
     O romance romântico no Brasil tem como características marcante o nacionalismo literário. Entende-se por nacionalismo a tendência em escrever sobre coisas locais: lugares, cenas, fotos, costumes brasileiros. Essa tendência contribuiu para a naturalização da literatura portuguesa no Brasil. O romance foi uma forma verdadeira de pesquisar, descobrir e valorizar um país novo.
     Nesse período do Romantismo brasileiro, a imaginação e a observação dos ficcionistas alargaram o horizonte da terra e do homem brasileiro. Joaquim Manuel de Macedo, José de Alencar, Visconde de Taunay, Bernardo Guimarães, Franklin Távora foram os expoentes máximos da ficção romântica no Brasil. A narrativa, no romance romântico, é feita em terceira pessoa. Tanto na poesia, como na ficção (exceto no teatro) a linguagem está impregnada de elementos plásticos e sonoros, de imagens e comparações; a linguagem é descritiva.
     O Romantismo no Brasil é considerado um marco importante na história da literatura brasileira, porque coincide com o momento decisivo de definição da nacionalidade, que visa a valorizar e reconhecer o passado histórico. Classificação do romance romântico brasileiro É possível agrupar os romances românticos do Brasil a partir da temática de cada um deles. Formam-se inicialmente dois grandes grupos, abordando diferentemente a corte e a província, a partir dos quais podem ser feitas algumas subdivisões:

a) Corte: urbano. Autores: Joaquim Manuel de Macedo, José de Alencar, Manuel Antônio de Almeida.
b) Província: Regionalista – autores: José de Alencar, Bernardo Guimarães, Visconde de Taunay, Franklin Távora. Histórico – autores: José de Alencar, Visconde de Taunay. Indianista – autores: José de Alencar.

Romance urbano

     Ambientado na corte, o romance urbano caracteriza-se pela crônica de costumes, retratando a vida social da época. A pequena burguesia é apresentada sem grande aprofundamento psicológico, visto que a sociedade brasileira, ainda pouco urbanizada, não propicia análises de suas relações sociais pouco variadas. Cenas de saraus, bailes, passeios ao campo, etc. alternam-se com complicações de caráter social e moral, como casamentos, namoros, bisbilhotices, etc.
     São romances urbanos: A Moreninha, O Moço Loiro, A Luneta Mágica, de Joaquim Manuel de Macedo; Memórias de umSargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida; Diva, Lucíola, Senhora, A Pata da Gazela, Cinco Minutos e A Viuvinha, de José de Alencar.

Romance regionalista

     O ambiente rústico, rural é focalizado. A atração pelo pitoresco leva o escrito romântico a pôr em evidência tipos humanos que vivem afastados do meio citadino. Isso observamos nos livros: O Cabeleira, de Franklin Távora; O Sertanejo, de José de Alencar; O Garimpeiro, A Escrava Isaura, de Bernardo Guimarães; Inocência, de Visconde de Taunay.

Romance histórico

     Está ligado, pelo assunto, ao romance de “capa e espada”; revela o gosto pelo suspense e a ênfase à vingança punitiva. Há uma volta ao passado histórico, medieval. Apesar da influência estrangeira, pouco a pouco o romancista volta-se para a reconstituição do clima nacional; procura ser fiel aos hábitos, instituições e modus vivendi.

Romance indianista

     O romancista procura valorizar as nossas origens. Há a transformação das personagens em heróis, que apresentam traços do caráter do bom selvagem: valentia, nobreza, brio. Essa tendência do romance romântico encontramos nas obras: O Guarani, Iracema e Ubirajara, de José de Alencar.

Oportunidade

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