terça-feira, 24 de janeiro de 2012

REVOLTA DE VILA RICA

     No período da mineração, havia muita sonegação e contrabando de ouro. Consciente, a Coroa restaurou a cobrança do quinto através das casas de Fundição e criou várias delas na região das minas.
    Também conhecida como Revolta de Felipe dos Santos, é um movimento de reação à política fiscal de Portugal, especialmente depois da criação oficial das Casas de Fundição em 1719.
    Em 1720, as autoridades portuguesas proíbem definitivamente a circulação de ouro em pó em todas as regiões de mineração. Com essa decisão, o minério só pode ser negociado depois de fundido, selado e quintado (descontado em um quinto de seu peso para pagamento do imposto à Coroa) nas Casas de Fundição. A medida destina-se a combater o contrabando, facilitado pelo uso do ouro em pó, e melhorar a arrecadação dos impostos. Mas ela provoca muitos problemas no dia-a-dia da população, que utiliza o ouro em pó como moeda corrente em praticamente todas as transações comerciais, do pequeno consumo aos grandes negócios.
    A revolta durou quase um mês. Os revoltosos pegaram em armas e chegaram a ocupar Vila Rica. Diante da situação tensa, o governador da região, Conde de Assumar, chamou os revoltosos para negociar, solicitando que abandonassem as armas. Após acalmar e fazer promessas aos revoltosos, o conde ordenou às tropas para que invadissem a vila. Os líderes foram presos e suas casas incendiadas. Felipe dos Santos, considerado líder, foi julgado e condenado à morte por enforcamento.
     Em 28 de junho de 1720, os mineiros de Vila Rica revoltam-se. Reunindo uma multidão de quase 2 mil pessoas, dirigem-se a Mariana para exigir do governador a abolição das medidas oficiais. Sem forças suficientes para enfrentar os revoltosos, o conde de Assumar negocia algumas propostas de acordo, procurando ganhar tempo.
    Assim que apresentou promessas aos sediciosos acalmando-os, deu ordens de invasão às tropas, para que atacassem dominantemente a vila, ocasião na qual incendiaram as moradias dos líderes da revolta, prendendo-os e enforcando mediante sentença de julgamento, ao considerado líder majoritário Felipe dos Santos, o qual também acabou sendo esquartejado.
    E como consequência desta Revolta de Felipe dos Santos, a fiscalização nos ambientes regionais das minas foi intensificada, objetivando ações combatedoras ao ouro contrabandeado e a evasão de fiscal; criando-se também a Capitania de Minas Gerais, para na região fortificar o controle. Sendo considerada por diversos historiadores, devido suas características contra o sistema político da metrópole, de protesto e nativistas, como uma causa ou contribuinte para o fato histórico da Inconfidência Mineira.

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