Conheça um pouco da história e do funcionamento do Linux
Fernanda Ângelo Para o UOL Tecnologia
Medo do desconhecido. Talvez esta seja a melhor das explicações para tamanho temor dos usuários iniciantes em relação ao sistema operacional de código aberto — além das próprias dificuldades que o sistema ainda impõe a usuários iniciantes. O sistema operacional Linux teve o seu núcleo, mais conhecido como kernel, criado em 1991, pelo então pesquisador do Departamento de Ciências da Computação da Universidade de Helsinki (Finlândia) Linus Torvalds.
O kernel é a mais baixa camada de interface entre o software e o hardware, responsável pelo gerenciamento de toda a operação de um computador. A criação do sistema operacional veio no rastro do movimento do software livre, que ganhou impulso em 1984 com a fundação do Projeto GNU e a criação, em 1985, da primeira versão da licença GPL (General Public License), escrita por outro guru do mundo Linux (ou GNU/Linux, como ele prefere), Richard Stallman.
Desde o início dos anos 1980 o kernel vem sendo explorado por diversas empresas e programadores, que acrescentaram a ele uma série de aplicações para adicionar recursos ao sistema operacional. Essas melhorias deram origem ao que hoje costuma se chamar distribuição, ou simplesmente distro — um pacote com diversos recursos do Linux, entre aplicativos e até interfaces gráficas diferentes, como se o sistema operacional tivesse ele próprio "skins" ou temas, como o navegador Firefox.
Fins específicos
Comercializadas ou distribuídas gratuitamente, cada distro pode ser criada para um fim específico: algumas rodam em desktops, outras em notebooks, servidores (de rede, de aplicações, de banco de dados etc), telefones e computadores de mão entre outros. No Brasil, incentivos fiscais dados pelo governo federal aos fabricantes de computadores que incluírem o Linux em suas máquinas têm ajudado o sistema operacional de código aberto a ganhar espaço entre os usuários. Entre as distros mais utilizadas atualmente no país estão a Fedora, Mandriva, Red Hat e SuSE Linux.
Para ter idéia do nível de utilização do Linux no País, a Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica) divulgou em dezembro de 2006 que o "Computador para Todos", como é chamado o programa do governo federal para a venda de PCs a preços populares, vendeu 1,5 milhões no ano de 2006, e acordo com dados da Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), em pesquisa realizada pela IT Data. Com esse número, os PCs com software livre representaram 18% do mercado de computadores brasileiros em 2006, que vendeu 8,3 milhões de máquinas.
Também de acordo com a associação, os equipamentos vendidos pelo projeto de inclusão digital — máquinas rodando Linux e com preços abaixo de R$ 1.400 — respondem por aproximadamente 7% do mercado nacional de computadores pessoais. Ainda que muitos usuários substituam o sistema operacional Linux pelo Windows —legalizado ou não— após a compra do computador, os números podem ser considerados um avanço pelos defensores do sistema de código aberto. Isso porque, de acordo com a última edição do estudo "Mercado Brasileiro de Informática e Uso nas empresas", da Fundação Getúlio Vargas, 97% dos desktops corporativos ainda rodam o Windows, da Microsoft.
Como escolher a melhor distro? Existem atualmente diversas distribuições Linux — são mais de 300 versões registradas atualmente. E elas diferem uma da outra em diversos aspectos. Assim, na hora de fazer a sua escolha é preciso levar algumas questões em conta. A primeira de todas as regras na hora de escolher sua distribuição Linux é jamais optar por qualquer versão antiga.
As distribuições mantidas por organizações comerciais, como Red Hat, Ubuntu, SuSE e Mandriva, além de serem encontradas mais facilmente, chegam ao mercado apenas após passarem por testes e costumam ter atualizações constantes. Mesmo após essas dicas, antes de selecionar uma distribuição para seu computador, certifique-se de que o processo de instalação é simples e que a interface é amigável e intuitiva — algumas distros seguem, inclusive, a lógica de raciocínio adotada pela Microsoft no Windows. É uma forma de garantir que o usuário não terá dificuldades para utilizá-la.
Outra característica fundamental — a menos que você domine outros idiomas — é checar a existência de uma versão em português da distribuição. A oferta de suporte pelo distribuidor também é essencial para a boa experiência do "marinheiro de primeira viagem" com o Linux.
Mitos e verdades
Aliás, a ausência de suporte para o Linux é um dos maiores mitos a serem desfeitos pelos fabricantes do sistema operacional. Uma das grandes barreiras para a adoção do Linux no Brasil e no mundo ainda é exatamente a série de mitos envolvendo o software de código aberto. Dizer que o Linux não possui suporte técnico é uma grande bobagem. Acreditar nisso pode ser ainda pior.
Como as empresas normalmente cobram muito pouco pelo sistema, convencionou-se acreditar que elas não oferecem suporte para o software. Exatamente por cobrarem pouco pela distribuição Linux, muitas das empresas não oferecem suporte técnico gratuito, como acontece com a maioria dos fornecedores de softwares proprietários.
No entanto, no caso do Linux, além do suporte por assinatura disponibilizado pelos fabricantes, o usuário ainda conta com ampla ajuda online — adeptos do software livre reúnem-se em massa em comunidades virtuais, trocam experiências e sanam dúvidas em listas de discussões. E, acredite, muitas vezes a solução para o problema vem muito mais rapidamente do que no caso de um suporte técnico oferecido por fabricantes. Para completar, ainda há empresas especializadas em suporte para Linux. É o caso da Linuxcare (www.linuxcare.com). Nesse caso, porém, a ajuda é paga.
Principais Versões
Fernanda Ângelo Para o UOL Tecnologia
Medo do desconhecido. Talvez esta seja a melhor das explicações para tamanho temor dos usuários iniciantes em relação ao sistema operacional de código aberto — além das próprias dificuldades que o sistema ainda impõe a usuários iniciantes. O sistema operacional Linux teve o seu núcleo, mais conhecido como kernel, criado em 1991, pelo então pesquisador do Departamento de Ciências da Computação da Universidade de Helsinki (Finlândia) Linus Torvalds.
O kernel é a mais baixa camada de interface entre o software e o hardware, responsável pelo gerenciamento de toda a operação de um computador. A criação do sistema operacional veio no rastro do movimento do software livre, que ganhou impulso em 1984 com a fundação do Projeto GNU e a criação, em 1985, da primeira versão da licença GPL (General Public License), escrita por outro guru do mundo Linux (ou GNU/Linux, como ele prefere), Richard Stallman.
Desde o início dos anos 1980 o kernel vem sendo explorado por diversas empresas e programadores, que acrescentaram a ele uma série de aplicações para adicionar recursos ao sistema operacional. Essas melhorias deram origem ao que hoje costuma se chamar distribuição, ou simplesmente distro — um pacote com diversos recursos do Linux, entre aplicativos e até interfaces gráficas diferentes, como se o sistema operacional tivesse ele próprio "skins" ou temas, como o navegador Firefox.
Fins específicos
Comercializadas ou distribuídas gratuitamente, cada distro pode ser criada para um fim específico: algumas rodam em desktops, outras em notebooks, servidores (de rede, de aplicações, de banco de dados etc), telefones e computadores de mão entre outros. No Brasil, incentivos fiscais dados pelo governo federal aos fabricantes de computadores que incluírem o Linux em suas máquinas têm ajudado o sistema operacional de código aberto a ganhar espaço entre os usuários. Entre as distros mais utilizadas atualmente no país estão a Fedora, Mandriva, Red Hat e SuSE Linux.
Para ter idéia do nível de utilização do Linux no País, a Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica) divulgou em dezembro de 2006 que o "Computador para Todos", como é chamado o programa do governo federal para a venda de PCs a preços populares, vendeu 1,5 milhões no ano de 2006, e acordo com dados da Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), em pesquisa realizada pela IT Data. Com esse número, os PCs com software livre representaram 18% do mercado de computadores brasileiros em 2006, que vendeu 8,3 milhões de máquinas.
Também de acordo com a associação, os equipamentos vendidos pelo projeto de inclusão digital — máquinas rodando Linux e com preços abaixo de R$ 1.400 — respondem por aproximadamente 7% do mercado nacional de computadores pessoais. Ainda que muitos usuários substituam o sistema operacional Linux pelo Windows —legalizado ou não— após a compra do computador, os números podem ser considerados um avanço pelos defensores do sistema de código aberto. Isso porque, de acordo com a última edição do estudo "Mercado Brasileiro de Informática e Uso nas empresas", da Fundação Getúlio Vargas, 97% dos desktops corporativos ainda rodam o Windows, da Microsoft.
Como escolher a melhor distro? Existem atualmente diversas distribuições Linux — são mais de 300 versões registradas atualmente. E elas diferem uma da outra em diversos aspectos. Assim, na hora de fazer a sua escolha é preciso levar algumas questões em conta. A primeira de todas as regras na hora de escolher sua distribuição Linux é jamais optar por qualquer versão antiga.
As distribuições mantidas por organizações comerciais, como Red Hat, Ubuntu, SuSE e Mandriva, além de serem encontradas mais facilmente, chegam ao mercado apenas após passarem por testes e costumam ter atualizações constantes. Mesmo após essas dicas, antes de selecionar uma distribuição para seu computador, certifique-se de que o processo de instalação é simples e que a interface é amigável e intuitiva — algumas distros seguem, inclusive, a lógica de raciocínio adotada pela Microsoft no Windows. É uma forma de garantir que o usuário não terá dificuldades para utilizá-la.
Outra característica fundamental — a menos que você domine outros idiomas — é checar a existência de uma versão em português da distribuição. A oferta de suporte pelo distribuidor também é essencial para a boa experiência do "marinheiro de primeira viagem" com o Linux.
Mitos e verdades
Aliás, a ausência de suporte para o Linux é um dos maiores mitos a serem desfeitos pelos fabricantes do sistema operacional. Uma das grandes barreiras para a adoção do Linux no Brasil e no mundo ainda é exatamente a série de mitos envolvendo o software de código aberto. Dizer que o Linux não possui suporte técnico é uma grande bobagem. Acreditar nisso pode ser ainda pior.
Como as empresas normalmente cobram muito pouco pelo sistema, convencionou-se acreditar que elas não oferecem suporte para o software. Exatamente por cobrarem pouco pela distribuição Linux, muitas das empresas não oferecem suporte técnico gratuito, como acontece com a maioria dos fornecedores de softwares proprietários.
No entanto, no caso do Linux, além do suporte por assinatura disponibilizado pelos fabricantes, o usuário ainda conta com ampla ajuda online — adeptos do software livre reúnem-se em massa em comunidades virtuais, trocam experiências e sanam dúvidas em listas de discussões. E, acredite, muitas vezes a solução para o problema vem muito mais rapidamente do que no caso de um suporte técnico oferecido por fabricantes. Para completar, ainda há empresas especializadas em suporte para Linux. É o caso da Linuxcare (www.linuxcare.com). Nesse caso, porém, a ajuda é paga.
Principais Versões
Conheça as principais "versões" de Linux para baixar e instalar
Confira a seguir os recursos das principais distribuições de Linux para
baixar e instalar em seu computador.
Debian
Especialistas em Linux dizem que, embora os desenvolvedores do Debian
não façam questão de deixar o software com a cara que gostariam, eles
permitem que o usuário faça isso tranqüilamente. Programas para as
atividades cotidianas podem ser baixados rapidamente pelo Debian Etch, a
partir do repositório de aplicativos do desenvolvedor. O sistema tem
uma interface simples e personalizável.
Aplicativos (equivalência)
_ OpenOffice.org Writer (Word),
_ OpenOffice.org Cal (Excel),
_ OpenOffice.org
Impress (PowerPoint),
_ Konqueror e Firefox (Internet Explorer),
_ MPlayer
(Windows Media Player),
_ K3b (Nero)
_ Live: Não
_ Português: Sim
_ Onde baixar/comprar: www.debian.org/releases/stable/debian-installer/
_ Tamanho: de 20 MB até 3 DVDs
_ Quanto: Gratuito
Fedora Core 6
Mais conhecido como Zod, o sistema é fácil de ser instalado e conta com
Desktop 3D. Nesta versão, o software traz gerenciadores de pacotes
aperfeiçoados, aplicações desktop, avanços na segurança, facilidades de
instalação do software e da gerência e ferramentas de localização.
Aplicativos (equivalência)
_ OpenOffice.org Writer (Word),
_ OpenOffice.org Cal (Excel),
_ OpenOffice.org
Impress (PowerPoint),
_ Gimp (Photoshop),
_ K3b (NEro),
_ Totem e Rythmbox
(Windows Media Player),
_ Firefox (Internet Explorer),
_ Thunderbird
(Outlook)
_ Live:
_ Não
Português: Sim
_ Onde baixar/comprar: http://fedoraproject.org/wiki/
_ Tamanho: 6 CDs
_ Quanto: Gratuito
Kurumin 7
Desenvolvido por brasileiros, é tido como uma das distros mais adequadas
para usuários iniciantes. Possui expressiva comunidade de usuários no
país e boas páginas de suporte na Internet, além de fórum para troca de
dúvidas e informações em português. Possui também uma versão Light, mais
leve, que ocupa menos memória — ideal para PCs antigos
Aplicativos (equivalência)
_ KOffice Office Suite (pacote Office),
_ Konqueror (Internet Explorer),
_ Clica-Aki (Painel de Controle centralizado)
_ Live: Sim
_ Português: Sim
_ Onde baixar/comprar: www.guiadohardware.net/gdhpress/kurumin/
_ Tamanho: 603 MB
_ Quanto: Gratuito
Mandriva Discovery
De fácil instalação, o sistema permite dual boot e possui interface
simples e amigável. Para os fãs de games, a versão inclui jogos e
suporta os drivers do Windows. Traz softwares para uso diário, como
mensagens instantâneas, navegador de Internet, e-mail e pacote de
aplicativos, entre outros.
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