JOSÉ MARIA EÇA DE QUEIRÓS
(Póvoa de Varzim, 1845 – Paris, 1900)
Foi um dos maiores escritores portugueses. Nasceu em Póvoa de Varzim,
em 1845. Filho ilegítimo de um advogado e da filha de um militar, passa a
primeira infância com a madrinha e em internatos. Só vem a conhecer
seus pais aos dez anos. Esse fato explica a sua sensibilidade face à
hipocrisia moral; denuncia, em seus romances, a contradição entre a
religiosidade aparente e os sentimentos reais de suas personagens.
Eça de Queirós forma-se em Direito, em 1866, pela Universidade de
Coimbra. Vai para Lisboa onde começa a escrever. Cabe-lhe a glória de
ter sido o criado do Realismo nacional. A sua personalidade literária
define-se nos folhetins publicados na Gazeta de Portugal, reunidos num
livro póstumo chamado Prosas Bárbaras.
Em 1888, Eça de Queirós é designado cônsul em Paris, onde morre em
1900.
Eça de Queirós acompanha, como simples espectador, o grupo de
acadêmicos na Questão Coimbrã. A sua presença foi mais atuante nas
Conferências do Cassino de Lisbonense.
Em 1874, Eça de Queirós publica Singularidades de uma Rapariga Loura,
conto original pelo tema, pela técnica e pelo estilo; nele o autor
revela uma nova forma de narração.
Em 1870, Eça de Queirós, de colaboração com Ramalho Ortigão, publica um
romance policial intitulado O Ministério da Estrada de Sintra.
No ano seguinte, Eça e Ramalho empreendem a publicação em fascículos
mensais de As Farpas – documento de história social e política do seu
tempo e de seu país.
A obra de Eça de Queirós pode ser dividida em três fases:
1ª fase: Eça publica, em forma de folhetins, os primeiros textos,
reunidos depois num só volume: Prosas Bárbaras.
2ª fase - Realista: três romances importantes para a literatura
portuguesa são escritos nesta fase: O Crime do Padre Amaro, O Primo
Basílio e Os Maias, além de uma novela fantástica chamada O Mandarim.
O Crime do Padre Amaro analisa a vida de uma cidade provinciana,
criticando impiedosamente os costumes do clero português.
Em meio ao
cotidiano da cidadezinha de Leiria, Eça de Queirós explora a atração que
sente o jovem padre Amaro pro Amélia, uma moça acostumada a acreditar
em todas as palavras ditas pelos religiosos. Com termos fortes,
sarcásticos, Eça mostra a depravação dos padres e seus hábitos
corruptos, escandalizando a Igreja e a sociedade de seu tempo.
Na obra O Primo Basílio, Eça analisa a vida da sociedade portuguesa,
mostrando o adultério, a falsidade, o jogo de interesses, as ilusões
românticas da mulher burguesa, o moralismo. A história trata do
adultério cometido por Luísa com Basílio, seu primo, durante uma viagem
de Jorge, seu marido. A criada de Luísa, Juliana, descobre a traição e
passa a chantageá-la.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Envie seu comentário sobre esta postagem...