A
REVOLTA DE BECKMAN (1684)
Na segunda metade do século XVII, os colonos no
Maranhão se revoltaram contra as autoridades metropolitanas. Na realidade, o
protesto dos colonos foi motivado pelas dificuldades que enfrentavam no
fornecimento de escravos negros e alguns produtos da Metrópole. O Maranhão era
uma das regiões mais pobres da América. Seus colonos não dispunham de dinheiro
suficiente para comprar escravos africanos. Para suprir a falta de
trabalhadores, os colonos resolveram escravizar os índios das missões dos
padres jesuítas, que lá haviam se instalado em 1953.
O conflito entre os colonos e os padres jesuítas, que
pretendiam proteger os índios, durou cerca de vinte anos. Por outro lado, criou
a Companhia de Comércio do Maranhão para fornecer escravos negros, bacalhau e
azeite de oliva para os colonos.
Mas a Companhia não cumpriu o prometido, provocando a
revolta dos colonos. Em 1684, Manuel Beckman, senhor de engenho, chefiou uma
revolta contra as autoridades da Companhia e os padres jesuítas que privaram os
colonos dos trabalhadores índios.
Em 24 de fevereiro de 1684, aproveitando da ausência do
governador, um grupo de manifestantes promoveu um grande rebuliço em São Luís.
Os revoltosos prenderam o governador interino, invadiram os colégios jesuítas e
saquearam os galpões da Companhia de Comércio. Liderados pelos irmãos Manuel e
Tomás Beckman, a revolta exigia a melhora das relações entre Maranhão e
Portugal. Ao longo de quase um ano, Manuel Beckman, também conhecido como
Bequimão, controlou uma junta revolucionária que tomou o poder político da
província.
Beckman assumiu o governo local, mas não conseguiu resolver os
problemas que afligiam os colonos, provocando uma nova revolta. Nesse meio
tempo, Tomás Beckman dirigiu-se a Portugal para reafirmar lealdade às
autoridades lusitanas e denunciar as infrações cometidas pela Companhia de
Comércio.
A coroa enviou um novo governador para o Maranhão. Este
conseguiu sufocar a revolta dos colonos e dominou a situação. A maioria dos
participantes da revolta foram presos e deportados. Manuel Beckman foi
enforcado.
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