O BRASIL TORNA-SE REPÚBLICA
A república sempre fora uma
velha aspiração dos brasileiros. Em 1789, na Inconfidência Mineira, em 1817 e
1824, em Pernambuco, em 1835, no Rio Grande do Sul (República de Piratini),
ardente se manifestou o ideal republicano. Várias foram as causas que
apressaram seu advento, tais como o descontentamento do Exército contra o
Império e a abolição da escravatura. Dentre os muitos vultos que pugnaram pela
mudança de regime, devemos destacar: Benjamin Constant, Marechal Deodoro da
Fonseca, Silva Jardim, Rui Barbosa, Prudente de Morais, Quintino Bocaiúva,
Campos Sales, Francisco Glicério, Lafaiete Rodrigues, Saldanha Marinho, Lopes
Trovão, Aristides Lobo, Cristiano Otoni, Ferreira Viana, Rangel Pestana e Miranda
de Azevedo.
Fato importante foi a famosa Convenção de Itu, em 1873, onde
começaram a destacar-se Prudente de Morais, Campos Sales (que foram eleitos, em
1855, deputados à Câmara Temporária, como os primeiros deputados republicanos),
Francisco Glicério e Américo de Campos. Este, com Rangel Pestana, fundo o
jornal “A Província de São Paulo (hoje, “O Estado de São Paulo”), enquanto
Júlio Ribeiro se batia através de seu jornal “A Procelária”, de fugaz
existência. Em Minas Gerais, a propaganda também foi forte, sendo ali eleito
deputado republicano, em 1885, Álvaro Botelho.
No Rio Grande do Sul, em 1884,
Júlio de Castilho fundava o jornal, “A Federação”, apoiada por Assis Brasil. Em
1888, já havia 17 clubes republicanos, no Norte, e, ao sul, 56 em Minas, 48 em
São Paulo, 32 no Rio Grande do Sul e 30 no Rio de Janeiro. A 7 de junho de
1889, foi organizado o ministério chefiado pelo Visconde de Ouro Preto, home
enérgico, que tencionava liquidar com a ameaça republicana, removendo, de um
ponto a outro, os militares suspeitos. Em 13 de setembro, Deodoro, regressando
de Mato Grosso, recebeu calorosa manifestação, no Rio.
Benjamin Constant, disposto a agir, procurou Deodoro em sua residência,
reunindo também Bocaiúva, Rui Barbosa, Glicério, Aristides Lobo e outros.
Deodoro buscou o apoio de Floriano Peixoto, então ministro. O movimento fora
marcado para a noite de 15 para 16 de novembro, mas foi antecipado para o dia
14. O Marechal Deodoro, vencendo a resistência das forças policiais, intimou
Ouro Preto a renunciar. Dom Pedro II desceu depressa de Petrópolis, procurando
salvar o trono, convidando José Antônio Saraiva, para organizar novo
ministério. Mas já era tarde.
A República foi proclamada e, no dia 17, a
família imperial, a bordo do paquete Alagoas, seguia para o exílio. Foram
recebidos em Lisboa, por D. Carlos a 7 de dezembro. No dia 28, a boníssima
imperatriz D. Maria Cristina, falecia em Porto. O Imperador, doente de saudade
da terra que tanto amara, faleceu em Paris, em 5 de dezembro de 1891. Seus
corpos, em 1922, centenário da Independência, foram trazidos para o Brasil onde
repousam, juntos, na Catedral de Petrópolis. Deodoro constituiu um Governo
Provisório e escolheu o seguinte ministério: Bocaiúva, Exterior; Guerra:
Benjamin Constant; Marinha: Eduardo Wandenkolk; Fazenda: Rui Barbosa; Justiça:
Campos Sales; Agricultura: Demétrio Ribeiro. Depois, Floriano foi para a pasta
da Guerra e Benjamim Constant para a da Educação. Esse Governo durou até 24 de
fevereiro de 1891, quando se promulgou a Constituição.
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