RAUL D''ÁVILA POMPÉIA
(Angra dos Reis-RJ, 1863 – Rio de Janeiro-RJ, 1895)
Estudou Direito, em São Paulo, na Faculdade de Direito do Largo São
Francisco, concluindo seu curso em Recife. Colaborou em vários órgãos da
Imprensa Nacional de Belas Artes, do Departamento de Estatística do Rio
de Janeiro, do Diário Oficial. Aos dezessete anos já revelara
qualidades de bom escritor. Seu livro de estréia foi Uma Tragédia no
Amazonas.
Sua maior obra, O Ateneu (1888), revela a expressão de seu
talento; nesse livro, extravasa uma série de complexos e recalques que
sentia.
Nesse romance, o autor observa e analisa a infância e a adolescência,
dando o seu depoimento pessoal.
Em O Ateneu, o narrador-personagem Sérgio conta a história de sua vida,
quando esteve no internato. Há, nessa obra, uma forte influência do
meio sobre o comportamento de Sérgio.
O ambiente é contagiado pela
corrupção, pelo egoísmo, pelo homossexualismo, pela promiscuidade de
adolescentes. O livro é uma crítica ao sistema educativo da época.
Sérgio, à porta do colégio, ouve de seu pai: “Vais encontrar o mundo.
Coragem para lutar.” Esta passagem ilustra toda a ironia da obra. O
menino, inocente, acostumado aos afagos domésticos, vai a partir daí
conviver com o diretor Aristarco e sua mulher D. Ema, a criada sensual e
brejeira e os colegas, uma legião de criaturas hipócritas e corruptas.
O Ateneu é uma obra que deixa transparecer marcas do Naturalismo: a
influência do meio sobre a formação dos caracteres. É um romance
introspectivo; um livro de memórias, ironicamente chamado Crônica de
Saudades.
ALUÍSIO TANCREDO GONÇALVES DE AZEVEDO
(São Luís-MA, 1857 – Buenos Aires-Argentina, 1913)
Depois dos primeiros estudos em sua terra natal, veio para o Rio de
Janeiro estudar pintura, isso antes de se dedicar à vida literária.
Matriculou-se na Academia de Belas Artes e dedicou-se a caricatura.
Ingressou, em 1895, na carreira diplomática, exercendo as funções de
cônsul em Vigo, Japão, Nápoles e Buenos Aires e abandonando a
literatura.
Aluísio Azevedo cultiva vários gêneros literários: o romance, o conto, a
crônica. Estréia na carreira literária em 1880, com o livro Uma Lágrima
de Mulher. No ano seguinte, publica O Mulato, romance naturalista.
Sua obra, composta de catorze volumes, divide-se em duas facetas:
romântica: Uma lágrima de Mulher (1880)
A condessa Vésper (1882)
Girândola de Amores ou Mistérios da Tijuca (1883)
Filomena Borges (1884)
O Esqueleto (1890)
A Mortalha de Alzira (1893)
naturalista: O Mulato (1881)
Casa de Pensão (1884)
O Homem (1887)
O Coruja (1889)
O Cortiço (1890)
Livro de uma Sogra (1895).
O Mulato é considerado o romance iniciador do Naturalismo no Brasil.
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