quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

O ROMANTISMO EM PORTUGAL

     Com a independência econômica do Brasil, a burguesia portuguesa, que enriquecia com as exportações protegidas pro baixas taxas alfandegárias, passa a enfrentar uma grave crise. Tentando retomar esse processo de enriquecimento, a burguesia volta-se contra os bens remanescentes da nobreza e do clero feudais, criando leis que lhe permitiam ter acesso a extensões de terra na zona rural. Apesar disso, a burguesia vê-se em dificuldades em relação à venda dos bens produzidos, visto que a grande massa de camponeses não pode adquirir nada, vivendo em extrema pobreza. Não existia ainda, em Portugal, o proletariado industrial. O poder dividia-se em dois partidos: o dos proprietários rurais, desejosos de medidas protecionistas que barateassem o crédito, e o da pequena burguesia industrial, voltada para os centros urbanos, onde se inicia um pequeno surto fabril. 

Origem e fases do Romantismo Português 
     O Romantismo foi introduzido em Portugal por Almeida Garret, com a publicação, em 1825, do poema Camões, obra que, apesar de não representar fielmente os ideais românticos, traz consigo algumas características deste movimento literário. O movimento romântico teve uma duração de quarenta anos. Didaticamente, costuma-se dividi-lo em três fase: 
a) 1ª fase (de 1825 a 1838): momento, ainda, em que atuam os valores neoclássicos. São representantes dessa fase Almeida Garret, Alexandre Herculano e Antônio Feliciano de Castilho.
b) 2ª fase (de 1838 a 1860): há, então, a incorporação do chamado movimento ultra-romântico. Camilo Castelo Branco é seu principal representante. c) 3ª fase (de 1860 a 1865): fase de transição para o Realismo. Tem como representantes Júlio Dinis e João de Deus. 
 
Características do Romantismo Português 
     Além das características gerais (individualismo e subjetivismo, ânsia de liberdade, culto da natureza, idealização da mulher, insatisfação ou “mal do século”, etc.), convém destacar que o Romantismo português caracteriza-se por um retorno ao passado. Influenciados pela obra Ivanhoé, de Walter Scott, que relata as aventuras de um cavaleiro andante, no tempo das Cruzadas, os escritores portugueses procuram ambientar seus romances na Idade Média, tentando recuperar ideais de hora e coragem. 
     Esta tendência dá forte cunho nacionalista às obras do Romantismo português, pois ao evocar o passado, exalta-se a Pátria, cultuam-se as tradições lusitanas. Trata-se da evocação saudosista de um passado de glórias, em que Portugal expulsava os mouros de suas terras e afirmava-se como nação. Surgem, então, os romances históricos, os poemas inspirados no cenário da Idade Média.


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