O cobre é um metal de cor vermelho-claro, bastante duro, maleável,
flexível e ductilíssimo. Na natureza, encontra-se raramente em estado
livre, pois, em geral, está presente, sob forma de compostos, em
numerosos minerais, como a cuprita e a melanconita, que são óxidos; a
malaquita e a azurite, que são carbonatos; a calcopirita, a bornite e a
erubescita, que são sulfuretos.
Destes, o mais importante para a
extração do cobre é a calcopirita.
Este metal possui excepcional importância na vida moderna, pela sua
conductibilidade, que o torna indispensável em toda aplicação elétrica,
mas sua importância não foi menor nos albores da civilização. Nos tempos
antiqüíssimos, realmente, foi o primeiro metal empregado pelo homem na
fabricação de utensílios, e sua história milenária tem acompanhado o
nosso progresso técnico.
Como o ouro, que, provavelmente foi conhecido e
trabalhado antes do cobre, não se podem obter senão objetos
ornamentais; foi, portanto, o cobre que substituiu a pedra na fabricação
de objetos úteis. Na produção de utensílios e na procura de material
adequado, distinguem-se as grandes idades da pedra, do cobre, do bronze e
do ferro.
O cobre caracteriza uma época que pode ser considerada como
intermediária entre a da pedra e a do bronze. Na Mesopotâmia e no Egito,
ele procedeu os outros metais e, talvez, mesmo, em alguma zona de Baixa
Mesopotâmia, nasceu a metalurgia do cobre, ou seja, a técnica do seu
preparo. Daqui, ela se difundiu pela Ásia Anterior e pela bacia
mediterrânea. Era conhecida nas ilhas egéias 3500 anos antes de Cristo;
entre 2500 e 2000, teve grande desenvolvimento na Península Ibérica e em
toda a Europa ocidental.
A princípio, usou-se o mental encontrado em estado livre, embora ele,
como dissemos, fosse escasso em natureza; foi trabalhado a frio ou a
fogo, com martelo, reduzindo-se a pouco e pouco à forma desejada. Mais
tarde, ele foi extraído da calcopirita.
Um grande progresso no preparo foi obtido quando se conseguiu reduzir o
cobre ao estado líquido. Ele funde-se a 1083 graus. Um fogo ao ar livre
não atinge nunca essa temperatura, e a fusão do cobre torna-se possível
somente com a invenção das fornalhas a tiragem forçada, a qual pode
produzir 1200 graus de calor. Neste modo, o cobre podia ser coado em
moldes diferentes e misturado a outros metais, obtendo-se ligas. Assim
nasceu o bronze.
Os numerosos objetos de cobre encontrados nas escavações demonstram,
amplamente, a grande habilidade dos povos antigos nos métodos de
preparação. Armas, facas, recipientes, utensílios de toda sorte foram
encontrados nos palácios, em Nínive e nos túmulos egípcios. Aos tempos
do Reino antigo (3200-220, a.C.), os Egípcios extraíam o cobre das
jazidas da Península do Sinai, além dos confins das terras cultivadas.
Para esse fim, organizavam-se verdadeiras e próprias expedições,
compostas de técnicos, oficiais, escribas, mineiros, convenientemente
armadas, para fazer frente aos eventuais ataques das tribos nômades do
deserto.
Homero, na descrição da famosa corte de Alcinoo, diz que as paredes
eram feitas de cobre maciço: é um sinal indubitável da consideração em
que era tido o cobre entre os antigos Gregos.
Os Etruscos usaram minas de cobre da Toscana e fabricaram armas,
espelhos e ornamentos de feitura requintada. Trabalhos não menos
apreciáveis forma executados pelos artífices da Magna Grécia.
Uma verdadeira cidade industrial – talvez a misteriosa Asiongaber da
Bíblia – surgia no tempo de Salomão, ou seja, cerca do ano 1000 a.C.,
nas proximidades de Acaba, situada ao fundo do golfo homônimo, formado
pelo Mar Vermelho, entre o Sinai e a Arábia. A zona é rica de malaquite.
Os arqueólogos encontraram traços de antigas minais, escórias de cobre,
moldes para fusão, cadinhos de terracota e os restos de um alto-forno,
dotado de aberturas para a tiragem do fogo e situado de modo a explorar
os ventos constantes que sopram na direção norte-sul, provenientes do
deserto do Uadi El Araba. O antigo alto-forno não é muito diferente, na
constituição, dos modernos, que empregam ar comprido, ao invés do vento.
O rei Salomão mandava vir, da Fenícia, técnicos hábeis na fusão de
metais, e Asiongaber tornou-se um grande centro da indústria do cobre.
Daqui se extraiu o metal destinado ao templo de Jerusalém (cujo altar
era de cobre) e é provável que Salomão destinasse à exportação boa parte
do que ali era produzido. Com o decorrer do tempo, o ferro substituiu o
bronze na maior parte dos empregos práticos, e o primeiro permaneceu
ligado especialmente à produção de objetos artísticos e ornamentais.
Na
Idade Média e na Renascença, fabricaram-se portas de igreja, com chapas
trabalhadas a martelo e rebite, manilhas e pés de móveis, frisos, chaves
e utensílios.
No campo industrial, a exigência de cobre ficou limitada, talvez, até
1799, quando Alexandre Volta construirá sua maravilhosa pilha e, daquele
modesto aparelho, no qual o cobre também teve sua parte, nasceu a mais
importante revolução industrial da história, determinada pela energia
elétrica.
O cobre puro é, entre os metais, um dos melhores condutores de
eletricidade (somente a prata o suplanta) e, portanto, seu consumo
aumentou extraordinariamente, com o desenvolvimento da indústria
elétrica. As instalações telefônicas e telegráficas, as centrais
hidrelétricas, os motores, os dínamos, os transformadores, os aparelhos
de rádio, os cabos, os fios absorvem, hoje, uma quantidade enorme de
cobre puro, que não pode ser substituído na maior parte dos casos, por
nenhum outro metal. E como as aplicações elétricas se multiplicam, os
pedidos de cobre se tornam sempre mais prementes.
O cobre puro é, entre os metais, um dos melhores condutores de
eletricidade (somente a prata o suplanta) e, portanto, seu consumo
aumentou extraordinariamente, com o desenvolvimento da indústria
elétrica. As instalações telefônicas e telegráficas, as centrais
hidrelétricas, os motores, os dínamos, os transformadores, os aparelhos
de rádio, os cabos, os fios absorvem, hoje, uma quantidade enorme de
cobre puro, que não pode ser substituído na maior parte dos casos, por
nenhum outro metal. E como as aplicações elétricas se multiplicam, os
pedidos de cobre se tornam sempre mais prementes.
Em proporções mais modestas, ele é usado puro ou em liga, nas
indústrias mecânicas (automóveis, locomotivas), nas bélicas e nas
construções, e, além disso, sob forma de compostos (sulfuretos e
óxidos), nas indústrias químicas.
Naturalmente, em seguida à secular exploração e a intensificada
extração dos últimos decênios, as jazidas vão sempre mais se
empobrecendo, e a descoberta de novas é assaz problemática.
A produção de cobre exige uma série de operações algo longas e
complicadas, e o mineral extraído é, via de regra, muito pobre de metal.
Enquanto um minério de ferro, para que seja explorado, deve conter 30
ou 40 por cento do metal, para o cobre é necessário muito menos, ou
seja, de 3 e também de 1 por cento.
O mineral, extraído da jazida, com o auxílio de minas, é, antes de
tudo, moído e selecionado. Depois, a parte escolhida é aquecida, ou
seja, “assada”, a uma temperatura de 800 graus e, por meio de um
processo químico, diminui-se a quantidade de enxofre que estava com o
cobre. O mineral, assim concentrado, passa para fornos especiais, onde
se processa a fusão e, com esta, o cobre é separado das escórias. O
metal, porém, ainda não está puro e requer um ulterior trabalho de
refinação, que se cumpre por meio de outros processos químicos. Para
obter-se o cobre puríssimo, exigido pela indústria elétrica, torna-se
necessária uma segunda refinação, não mais química, mas eletrolítica.
Após este longo ciclo produtivo, o cobre é lançado ao comércio
trabalhado segundo os fins que se destina.
Para se ter uma idéia de quanto tenha sido o incremento da produção
mundial de cobre, nestas últimas décadas, basta penas que, há um século
atrás, ele beirava 100-150 mil toneladas anuais e, hoje, atinge cerca de
2 milhões e meio de toneladas.
Destes, quase um terço é produzido pelos Estados Unidos, cujas jazidas
cupríferas mais abundantes se encontram no Arizona, no Utah, no Novo
México, em Montana, em Michigan. Aos Estados Unidos, seguem-se a
Rodésia, o Chile, a Rússia, o Canadá e o Congo Belga.
A Europa consome
cobre muito mais do que produz. Minas de certa importância encontram-se
na Iugoslávia, na Finlândia, na Suécia, na Noruega, na Espanha. Na
Alemanha, a mina de Mansfeld, no maciço de Harz, está em atividade desde
o ano de 1200. A mesma época remonta a exploração de algumas minas
suecas. A Suécia possui uma indústria mineraria muito desenvolvida e, no
século XVII, manteve a primazia, na produção do cobre. Recordem-se,
ainda, as antiqüíssimas minas de Chipre, já exploradas há três ou quatro
mil anos antes de Cristo, depois abandonadas e hoje reativadas. O nome
clássico do cobre é coprum e deriva justamente dessa ilha.
Na Itália, as jazidas de minérios de cobre são bastante numerosas, mas
de pouco interesse, devido à escassíssima quantidade de metal que contêm
e, por isso, nem sempre são exploradas. As mais importantes
encontram-se na Ligúria, na Toscana e na Sardenha. Há, ainda, pirite de
ferro (nas províncias de Aosta, Trento e Beluno), que contem cobre e são
trabalhadas nos estabelecimentos de Marghera.
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