terça-feira, 21 de junho de 2011

LUÍS VAZ DE CAMÕES

     (1524? - 1580) Luís de Camões é considerado o poeta máximo da língua portuguesa (épico e lírico). Desde muito cedo ganha fama de conquistador. Apaixona-se por Catarina de Ataíde, cujo nome é celebrado no poema Natércia. Fica cego da vista direita, quando luta pelas tropas portuguesas, na África.
     É preso por envolver-se em uma rixa durante uma procissão de Corpus Christi. No cárcere, inicia o poema épico Os Lusíadas. Livre, embarca para as Índias, onde exerce o cargo de Provedor dos Ausentes e Defuntos. Nas Índias, escreve mais seis cantos de sua obra. De volta à terra natal, é vitíma de um naufrágio; salva-se a nado com o seu manuscrito. Na cidade do Porto conclui Os Lusíadas. 
     Dedica-se a obra a D. Sebastião, que lhe concede uma pensão de quinze mil réis anuais. Camões escreve ainda: Anfitriões, El-Rei Seleuco e Filodemo; 286 sonetos, 122 elegias, algumas sátiras e poesias bucólicas. 
     A obra de Camões pode ser subdividida em dois gêneros: Lírico e Épico. 

     Camões Lírico 

     A lírica camoniana é bastante variada quanto à forma dos poemas, que foram produzidos tanto na medida velha quanto na nova. É importante notar que isso ocorreu simultaneamente, e não em fases sucessivas. Camões escreveu:
_ redondilhas (antigamente estrofes de quatro versos; mais tarde, passa a ser a composição de cinco ou sete sílabas (redondilha menor e maior)); 
_ sonetos; 
_ éclogas (poesia pastoril, em geral dialogada); 
_ odes (palavra grega que significa canto; composição lírica composta de estrofes simétricas); 
_ elegias (poema lírico cujo tom é quase sempre terno e triste, uma espécie de lamentação fúnebre); 
_ canções; 
_ vilancetes. 

     Destaca-se dos demais poetas lusos pela profundidade do pensamento e pela qualidade da linguagem, especialmente nas redondilhas e nas éclogas. Sem dúvida nenhuma, é no soneto que Camões atinge o máximo do lirismo português. Seus sonetos serviram, posteriormente, de inspiração a Bocage, a Olavo Bilac e a Vicente de Carvalho. 

Camões Épico 

     A obra épica de Camões é o poema Os Lusíadas, inspirado nas epopéias clássicas (Íliada, Odisséia, Eneida). Tendo como porta-voz o navegador Vasco da Gama, na realidade Os Lusíadas tem como personagem principal o próprio povo lusitano, cujos feitos corajosos são exaltados. Portugal, que atingira o máximo de glória durante o período das grandes navegações, começa a entrar em decadência e Camões tenta, com sua obra, reerguer o espírito português. A obra conta a viagem de Vasco da Gama às Índias, ressaltando a coragem dos portugueses e contando vários episódios da história de Portugal. Dividido em 10 cantos, este poema épico possui 1102 estrofes, num total de 8816 versos, todos decassílabos. Essa disposição das rimas recebe o nome de oitava rima ou oitava real. 

     A estrutura da obra é a seguinte, de acordo com o modelo clássico; 
a) proposição: o que o poeta pretende cantar; 
b) invocação: o poeta pede às Tágides (ninfas do Tejo) para ajudá-lo a compor num “estilo grandíloco e corrente”; 
c) dedicatória: o poeta oferece a obra ao rei D. Sebastião; 
d) narração: toma grande parte da obra: vai do verso 19 até o final do canto X. O poeta narra a viagem de Vasco da Gama às Índias, como pretexto para contar as peripécias dos lusos; 
e) epílogo: compreende um trecho do canto X. Nele, o poeta faz referência aos feitos futuros do povo português.

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