Introdução
Torna-se mais fácil entender o termo, conhecendo-se os elementos que o compõem:
Realismo = real ( do latim res), significa coisa, fato + o sufixo -ismo que denota partido, gênero, doutrina, profissão, crença, escola.
A palavra realismo indica, pois, a preferência pelos fatos e a tendência a encará-los sob o prisma da realidade.
Em literatura, o termo realismo opõe-se a idealismo, designado as obras literárias que retiram da vida real seus assuntos de forma objetiva, documental.
O Romantismo foi o estilo de época anterior ao Realismo, voltado para o predomínio da emoção e da subjetividade. Entretanto, a substituição da estética romântica pela realista não ocorreu de repente e, em muitos momentos, estas duas manifestações literárias coexistiram. Diz Afrânio Coutinho que “o século XIX é uma grande encruzilhada de correntes literárias”.
Torna-se mais fácil entender o termo, conhecendo-se os elementos que o compõem:
Realismo = real ( do latim res), significa coisa, fato + o sufixo -ismo que denota partido, gênero, doutrina, profissão, crença, escola.
A palavra realismo indica, pois, a preferência pelos fatos e a tendência a encará-los sob o prisma da realidade.
Em literatura, o termo realismo opõe-se a idealismo, designado as obras literárias que retiram da vida real seus assuntos de forma objetiva, documental.
O Romantismo foi o estilo de época anterior ao Realismo, voltado para o predomínio da emoção e da subjetividade. Entretanto, a substituição da estética romântica pela realista não ocorreu de repente e, em muitos momentos, estas duas manifestações literárias coexistiram. Diz Afrânio Coutinho que “o século XIX é uma grande encruzilhada de correntes literárias”.
Origem
O Realismo é um fenômeno cultural típico do século XIX, embora sua existência seja tão antiga quanto a das artes. O artista, em seu processo de criação, parte da observação da realidade que o cerca e pode reproduzi-la fielmente em sua obra (atitude realista) ou recriá-la através de sua imaginação (atitude romântica ou idealizadora). Assim, ao longo dos tempos, a postura realista esteve sempre presente, em maior ou menor grau; só no século XIX, porém, essa postura é adotada como estética e se desenvolve intensamente, através do movimento denominado Realismo.
Como movimento literário, o Realismo origina-se na França com Balzac e Flaubert. Esses escritores apresentam, em sua ficção, uma considerável tendência anti-romântica. Flaubert publica, em 1857, Madame Bovary, obra que define o Realismo na França.
Em 1865, Claude Bernard publica uma tese sobre a hereditariedade: Introdução à Medicina Experimental. Entusiasmado com a leitura desse livro, Émile Zola, em Le Roman Experimental, estabelece um paralelo entre as teorias científicas de Bernard e a literatura, concluindo que entre elas não há distinção. Em 1876, Zola lança as bases do romance naturalista com o livro Thérese Raquin.
Dentro do Realismo, surge uma outra corrente literária motivada pela intensificação de algumas de suas características: é o Naturalismo. Nele, exagera-se a tendência de observar a realidade de forma científica, buscando evidenciar seus aspectos mais doentios ou brutais. O Naturalismo é o Realismo levado ao extremo.
Panorama histórico-cultural
O século XIX é marcado por grandes transformações econômicas e culturais. A Revolução Industrial, iniciada no século anterior, encaminha-se para uma fase nitidamente urbana, com o surgimento de indústrias que empregam boa parcela da população. Apesar de realizar jornadas de trabalho de até catorze horas diárias, o proletariado não tem acesso aos bens que produz. Em 1848, em seu Manifesto Comunista, Marx e Engels haviam discutido o problema, evidenciando a distinção entre capital e trabalho e mostrando o quanto o aspecto social está vinculado ao econômico.
Além do socialismo marxista e do proudhoniano, marcados pelo materialismo, surge também o Positivismo, filosofia criada por Augusto Comte. Nela rejeitam-se todas as interpretações metafísicas sobre a realidade, mostrando que o estágio mais avançado do desenvolvimento do ser humano seria o estágio científico.
Charles Darwin lança sua teoria sobre o evolucionismo das espécies, mostrando que há um processo de seleção natural, o que faz com que as teorias pregadas pela Igreja sejam questionadas.
Essa nova filosofia de vida (cética e materialista) põe em evidência o fato do homem ser um produto do meio e do momento em que vive. Com o progresso da ciência, o homem passa a indagar sobre as razões dos fenômenos; não mais permanece impassível, inerte diante dos acontecimentos e, em decorrência disso, profundas alterações ocorrem na estrutura social e econômica dos grandes centros urbanos:
a) triunfo material e político da burguesia;
b)mecanização intensiva, principalmente pela aglomeração do proletariado nos grandes centros industriais;
c) com a evolução das idéias sociais, surge uma nova filosofia do proletariado;
d) o desnível entre a evolução social e econômica de um lado, e a política do outro, gerando grandes conflitos ideológicos;
e) melhoria e maior rapidez dos meios de transportes e de comunicação: construção de estradas de ferro, o telégrafo, a navegação a vapor, tudo isso colaborando para proporcionar um novo caráter de vida à humanidade.
Todas essas novas idéias fazem com que se inicie uma reação anti-romântica, um verdadeiro processo de ruptura cultural, que se reflete na literatura.
Tendências
O Realismo foi um movimento literário marcado por uma oposição ao idealismo romântico. Desdobrou-se em:
realismo e naturalismo, na prosa;
parnasianismo, na poesia;
É possível salientar as seguintes tendências do Realismo:
a) em Portugal: inicia-se o Realismo em Portugal com a ruidosa polêmica Questão Coimbrã. A poesia realista tem como principais representantes: Antero de Quental, Guerra Junqueiro, Gomes Leal e Cesário Verde.
b) no Brasil: o romance realista surge, em 1881, com Machado de Assis que escreve Memórias Póstumas de Brás Cubas.
O romance naturalista passa a ser cultivado pro Aluísio Azevedo nas obras: O Mulato, O Cortiço, Casa de Pensão; e por Júlio Ribeiro em A Carne.
A poesia parnasiana tem como principais representantes: Olavo Bilac, Raimundo Correira, Alberto de Oliveira.
Realismo - Naturalismo no Brasil
Introdução
No final da década de 1860, as produções literárias de poetas e
prosadores como Castro Alves, Manuel Antonio de Almeida, Franklin
Távora, Visconde de Taunay denunciam o fim do Romantismo. Embora na
forma elas sigam os moldes românticos, os temas já começam a voltar-se
para a realidade político-social.
Na
célebre Escola de Recife, Sílvio Romero e Tobias Barreto começam a
formar o mais importante grupo do movimento realista brasileiro.
Filiam-se a princípios e teorias européias ligadas ao Positivismo, ao
Evolucionismo e ao Cientificismo e a dissolução da poesia romântica.
Sílvio Romero sofre notável influência da filosofia alemã; mantém
célebres polêmicas em defesa da obra de Tobias Barreto, contra a de
Castro Alves.
Quanto á
abordagem, o romance realista difere totalmente do romance romântico,
pois neste é freqüente a idealização, enquanto que naquele predomina a
objetividade. Já quanto à temática, pode-se dizer que alguns dos temas
explorados pelos românticos se repetem no Realismo. É o caso, por
exemplo, de certas descrições da moral burguesa e da vida urbana,
freqüente em José de Alencar, ou na obra O Seminarista, de Bernardo
Guimarães, que já desenvolve certos aspectos do determinismo biológico
dos naturalistas.
Por outro lado, o Realismo não se detém no século XIX; várias
manifestações ocorridas no século XX levam-nos a considerá-las como um
prolongamento do Realismo, como por exemplo, Raquel de Queiroz, José
Lins do Rego, Érico Veríssimo. Estes escritores regionalistas do século
XX manifestam em suas obras tendências realistas. A exploração do
elemento regional é que, no Brasil, deu forças ao Realismo.
A realidade político-social, está presente em autores de diferentes épocas.
O romance, o conto, o teatro – gêneros explorados em menor escala
pelos românticos – foram cultivados por Machado de Assis, Artur Azevedo,
autores com tendências realistas. O tom expositivo e narrativo da
maioria desses gêneros antecipou o regionalismo dos modernistas.
Panorama histórico-cultural
Na segunda metade do século XIX, a sociedade brasileira sofre uma
radical transformação. De sociedade agrária, latifundiária, escravocrata
e aristocrática passa a ser uma civilização burguesa e urbana.
Opera-se uma transformação semelhante no campo da psicologia e da
antropologia sociais: ascensão da população mestiça e sua participação
nas atividades social, política e intelectual do país.
Com a fundação da Academia Brasileira de Letras (1897) e com o
processo de oficialização da literatura, o escritor (antes
marginalizado) passa a ser prestigiado e começa a participar da vida
social; sua obra recebe um acatamento antes inexistente.
De 1864 a 1870, desencadeia-se o maior conflito armado da América do
Sul – a Guerra do Paraguai – com sérias conseqüências para os países
nela envolvidos: Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. No ano em que
termina essa guerra, é fundado o Partido Republicano e há o
enfraquecimento da Monarquia.
A partir de 1850, intensifica-se a campanha a favor da abolição dos
escravos. É assinada a Lei Áurea (1888) e, então, a realidade
brasileira, no setor econômico, sofre uma violenta mudança. A
mão-de-obra do escravo é substituída por imigrantes europeus
assalariados para o trabalho da lavoura cafeeira.
O REALISMO PORTUGUÊS
Introdução
O Realismo na literatura portuguesa tem início, em 1865, com a ruidosa Questão Coimbrã ou do Bom Senso e Bom Gosto que, segundo Téofilo Braga, significa a dissolução do Romantismo. O Realismo prolonga-se até 1890, quando Eugênio de Castro publica Oaristos – livro com características da nova escola literária: o Simbolismo. A 18 de maio de 1871, no jornal a A Revolução de Setembro é publicado um manifesto que leva a assinatura de doze nomes, entre eles: Antero de Quental, Teófilo Braga e Eça de Queirós. Nesse manifesto são apontados os objetivos dos organizadores das chamadas Conferências Democráticas do Cassino: “
Abrir uma tribuna onde tenham voz as idéias e os trabalhos que caracterizam esse movimento do século, preocupando-nos sobretudo com a transformação social, moral e política dos povos; Ligar Portugal com o movimento moderno, fazendo-o assim nutrir-se dos elementos vitais de que vive a humanidade civilizada; Procurar adquirir a consciência dos fatos que nos rodeiam na Europa; Agitar na opinião pública as grandes questões da Filosofia e da Ciência moderna; Estudar as condições da transformação política, econômica e religiosa da sociedade portuguesa; Tal é o fim das Conferências Democráticas.” Embora o Marquês de Ávila e Bolana tenha proibido as conferências e mandado fechar o Cassino Lisbonense, ficou consolidada a posição da nova geração e iniciou-se a época do Realismo em Portugal.
A Questão Coimbrã
A Questão Coimbrã foi um protesto da geração de intelectuais que, por volta de 1865, formou-se em Coimbra contra o exagero romântico. Com ela, inicia-se o espírito contemporâneo nas letras portuguesas. Com a Questão Coimbrã entram em conflito duas personalidades muito importante: de um lado, Antonio Feliciano de Castilho, representando o velho sentimentalismo romântico e, de outro lado, Antero de Quental, liderando os dissidentes de Coimbra, revoltados com a estagnação do Ultra-Romantismo. Em 1864, tomam vulto essas dissidências e são publicadas poesias revolucionárias: Visão dos Tempos e Tempestades Sonoras, de Teófilo Braga; Odes Modernas, de Antero Quental.
O REALISMO PORTUGUÊS
Introdução
O Realismo na literatura portuguesa tem início, em 1865, com a ruidosa Questão Coimbrã ou do Bom Senso e Bom Gosto que, segundo Téofilo Braga, significa a dissolução do Romantismo. O Realismo prolonga-se até 1890, quando Eugênio de Castro publica Oaristos – livro com características da nova escola literária: o Simbolismo. A 18 de maio de 1871, no jornal a A Revolução de Setembro é publicado um manifesto que leva a assinatura de doze nomes, entre eles: Antero de Quental, Teófilo Braga e Eça de Queirós. Nesse manifesto são apontados os objetivos dos organizadores das chamadas Conferências Democráticas do Cassino: “
Abrir uma tribuna onde tenham voz as idéias e os trabalhos que caracterizam esse movimento do século, preocupando-nos sobretudo com a transformação social, moral e política dos povos; Ligar Portugal com o movimento moderno, fazendo-o assim nutrir-se dos elementos vitais de que vive a humanidade civilizada; Procurar adquirir a consciência dos fatos que nos rodeiam na Europa; Agitar na opinião pública as grandes questões da Filosofia e da Ciência moderna; Estudar as condições da transformação política, econômica e religiosa da sociedade portuguesa; Tal é o fim das Conferências Democráticas.” Embora o Marquês de Ávila e Bolana tenha proibido as conferências e mandado fechar o Cassino Lisbonense, ficou consolidada a posição da nova geração e iniciou-se a época do Realismo em Portugal.
A Questão Coimbrã
A Questão Coimbrã foi um protesto da geração de intelectuais que, por volta de 1865, formou-se em Coimbra contra o exagero romântico. Com ela, inicia-se o espírito contemporâneo nas letras portuguesas. Com a Questão Coimbrã entram em conflito duas personalidades muito importante: de um lado, Antonio Feliciano de Castilho, representando o velho sentimentalismo romântico e, de outro lado, Antero de Quental, liderando os dissidentes de Coimbra, revoltados com a estagnação do Ultra-Romantismo. Em 1864, tomam vulto essas dissidências e são publicadas poesias revolucionárias: Visão dos Tempos e Tempestades Sonoras, de Teófilo Braga; Odes Modernas, de Antero Quental.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Envie seu comentário sobre esta postagem...