sexta-feira, 10 de maio de 2013

GUERRA DOS PALMARES


GUERRA DOS PALMARES

    Durante cerca de 94 anos, a região dos Palmares, em Alagoas e Pernambuco, foi alvo de investidas holandesas e portuguesas para ali destruir o grande Quilombo dos Palmares, uma confederação de mocambos. Estes eram os povoados dos escravos fugidos dos engenhos e fazendas que ali foram se reunindo.
    O Quilombo dos Palmares ocupou uma faixa de terra de cerca de 200 km, em grande parte montanhosa e coberta de espessa mata, paralela ao litoral.
    Os Palmares eram atravessados por 9 rios que alimentavam uma mata fechada e por via de conseqüência a fertilidade do solo. A mata e a montanha na Serra da Borborema tornavam o Quilombo dos Palmares de difícil acesso, proporcionando seguro abrigo a seu povo e, além, terreno ideal para a defesa a base de guerra de guerrilhas, com táticas indígenas e africanas integradas e que ali foi denominada Guerra  do Mato.
    O Quilombo dos Palmares cresceu em número que estatísticas imprecisas avaliam em 6.000 a 20.000 quilombolas, incluindo neste número mulatos, índios, ex-escravos e supõe-se até brancos com dívidas com a Justiça.
   Sem meios para reduzir o Quilombo dos Palmares ele foi se expandindo em aldeias diversas ou mocambos. Entre eles se destacaram: O Macaco, a capital dos Palmares e o maior (ficava na localidade de União dos Palmares - AL), o combativo e agressivo Subupira, e os Tabocas, Oranga, Zumbi, Amaro, Odenga, Aqualtume, Andalquituxe etc. A estratégia de Portugal no combate aos Quilombos objetivava manter a Unidade do Brasil e a preservar o Estatuto da Escravidão. 
    Para defender Palmares e assegurar a liberdade de seus habitantes, o Quilombo foi progressivamente fortificado. O perímetro fortificado do mocambo capital – o Macaco, era constituído por uma dupla muralha de pau a pique, com vários baluartes e somente três portas de acesso fortificadas. Era protegido à distância por postos de observação, sobre vias de acesso ao recinto.
    O quilombo vivia da agricultura, caça e pesca e obtinha armas e munições com portugueses com quem mantinham negócios. Até 1668, por cerca de 23 anos, continuou o Quilombo dos Palmares rechaçando fracas expedições sem o auxílio estatal de Pernambuco que estava impotente para uma ação de envergadura.
    Em 1671, teve início a luta oficial do Governo de Pernambuco contra Palmares. O Capitão André da Rocha e depois o Tenente Antônio Jácome Bezerra capturaram 200 quilombolas. O tenente Bezerra foi promovido a coronel. Esta expedição oficial foi o início do fim do Quilombo!
    Em 1674 o Governo de Pernambuco enviou outra forte expedição composta de soldados, índios, mestiços e negros do Batalhão de Henrique Dias, que se destacara com seus soldados negros nas Batalhas dos Guararapes (vide op. cit.). Mas o Quilombo resistiu a investida com pesadas perdas.
    Em 1675 o Governo de Pernambuco enviou outra expedição ao comando do Sargento Mor (major) Manuel Lopes que atacou um mocambo com mais de 2.000 moradias e deparou com uma capela onde era praticado o sincretismo religioso cristão e divindades africanas. 


 Decorridos 5 meses, os guerreiros do Quilombo se reorganizaram à distância de 25 léguas da base de Manuel Lopes. Este foi a procura do combate que se desenrolou violento. Manuel Lopes se manteve senhor de sua base de partida  agora um arraial. Mas inquietado pela guerrilha palmarina e carente de munição de boca pediu reforços. Foi reforçada por Fernão Carrilho experimentado em lutas contra quilombos fora de Palmares.
    Em 1677 Carrilho voltou a atacar. O objetivo desta vez foi o mocambo da velha princesa Aqualtume, avó de Zumbi. O segundo ataque foi contra o mocambo Subupira de Gana Zona, filho de Aqualtume e tio de Zumbi, cuja liderança já se impusera como grande guerreiro e esclarecido político. Mas Carrilo encontrou Subupira destruído pelo fogo, pelos seus defensores.
    No mocambo Amaro, eliminou em sangrento confronto grande quantidade de seus habitantes entre eles Toculo, um filho de Ganga Zumba, de uma sua ligação poligâmica, prática ali comum. Foi preso o irmão de Canga Zumba – Gama Zona e mais 2 filhos deste, Zambi e Acaiene.
    O Governo de Pernambuco recorreu então ao bandeirante Domingos Jorge Velho, experimentado no combate à Guerra do Mato, no Piauí. Em 1691, Domingos Jorge Velho, forte de mais de 1000 homens, atacou o mocambo capital dos Palmares – o Macaco e atual cidade de União dos Palmares-AL. Mocambo que só capitularia depois de 3 anos de sitiado e 22 dias de sangrentos combates. Conquista que provocou a queda pela manobra de todo o Quilombo de Palmares.
    Zumbi liderou a resistência derradeira em Macaco, contra Jorge Velho e Bernardo Vieira de Mello. 
    Na madrugada de 6 de fevereiro de 1694 o mocambo Macaco foi despertado por tiros de canhão que abriram brechas na sua tripla paliçada. Por elas os atacantes penetraram, obrigando os líderes de Zumbi a tentarem escapar por saída junto ao precipício, no qual encontram a morte. Zumbi conseguiu romper o cerco ferido por 2 tiros.
    Em 20 de novembro de 1695, decorridos cerca de 22 meses, aos 40 anos, Zumbi, com apoio na traição de um velhos palmarino, foi localizado, surpreendido, cercado e atacado, pelo bandeirante André Furtado de Mendonça e com resistência a prisão até a morte, junto com 20 de seus guerreiros.
    André Furtado mandou cortar a cabeça de Zumbi e a enviou ao Recife para ser espetada em praça pública, para exemplo e mostrar que o herói que Zumbi se tornara para os escravos havia de fato morrido.




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