quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

ORIGEM DAS LÍNGUAS ROMÂNICAS

     Línguas românicas são todas as línguas que, originárias do latim, se constituíram nas províncias romanas. O latim que mais e substancialmente contribui para a formação dessas línguas foi o falado pelos colonos e soldados. Quando os romanos conquistavam outros povos, ao lodo dos soldados, seguiam pedagogos, funcionários e outras pessoas necessárias à consolidação da conquista. 
     A língua foi, evidentemente, ensinada nas escolas fundadas, ao mesmo tempo que se infiltrava na massa popular, impondo-se como instrumento de maior cultura e idioma do conquistador. Parece que os romanos não impunham diretamente a língua latina, mas o fato é que as circunstâncias gerais e o serem eles os conquistadores determinava o predomínio do latim sobre as línguas nativas. Desta ou daquela forma, o certo é que essas línguas acabaram absorvidas pelo latim falado. Mas a absorção não se poderia dar sem conseqüências diferenciadoras e, semelhantemente ao que sucede a qualquer língua por uma coletividade estrangeira, o latim foi-se alterando, em função das necessidades regionais, dos hábitos fonéticos do povo conquistado e da época da romanização da província.
     Enquanto perdurou a unidade política e a influência conservadora das escolas, aquelas alterações iam-se infiltrando, discretamente porém. A invasão dos bárbaros, no século V, e a conseqüente quebra da unidade política do Império precipitaram, acentuando-as, as diferenciações regionais. 
     O latim, fortemente abalado, cedeu ao crescente prestígio das novas formas de expressão, fragmentando-se em diversas línguas. São as línguas neolatinas ou românicas: o português, o galego, o espanhol, o catalão, o francês, o prevençal, o franco-provençal, o italiano, o rético e o romeno. Várias causas contribuíram para a modificação do latim: 
_ a língua falada pelos soldados romanos não era o latim culto, erudito; era o latim popular, uma língua pro isso mesmo em constate evolução; 
_ as conquistas romanas ocorreram em épocas diferentes e numa vasta extensão geográfica. 
 
 Jesus Belo Galvão. Leituras Brasileiras. 4. ed. São Paulo, Nacional, 1956. p. 195-196.

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