A origem da linguagem é uma das questões que mais tem preocupado
o espírito humano. Desde remota antiguidade, vem sendo discutida pelos
sábios, sem que até agora hajam chegado a um acordo.
Justifica-se esse empenho por causa do papel importante que a linguagem
exerce em todas as manifestações da vida humana. Não é, pois, sem
razão, que se tem atribuído à palavra origem divina.
O instinto de sociabilidade, mais imperioso na espécie humana que nos
outros animais, não encontraria expressão adequada ou mesmo se anularia,
se não existisse a linguagem. Com efeito, a existência em comum supõe a
fixação de umas tantas normas ou regras, que cada pessoa é obrigada a
respeitar, para que o embate dos interesses antagônicos não prejudique a
boa harmonia que deve existir no seio da coletividade humana.
Como, porém, estabelecer essas normas, sem um contrato ou acordo
prévio, por outras palavras, sem a linguagem?
As grandes realizações da inteligência, que enchem de assombro os
séculos, não seriam possíveis sem a linguagem, porque é ela que
transmite a cada geração nova as conquistas das gerações anteriores.
São ainda muito espessas, à míngua de dados esclarecedores, as trevas
que envolvem a questão da origem da linguagem. As hipóteses surgem,
assoberbam por um instante os espíritos, em seguida desaparecem, dando
lugar a outras hipóteses.
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