O bronze é uma liga metálica de cobre e estanho. É duro e tenaz, e
suas propriedades de resistência são superiores às dos simples metais
que o compõem.
Variando a proporção do cobre e do estanho, a liga adquire
propriedades diversas. Um bronze comum, que contém 10 ou 15 por cento de
estanho, é bastante maleável; aumentando esta porcentagem, ele se torna
menos maleável, mais duro e mais frágil, sua cor se torna mais clara e
tendente ao amarelo dourado. Quando em estado líquido, aumenta ainda sua
facilidade de emprego e, por isso, pode assumir, mais facilmente,
formas diferentes.
Geralmente, ao cobre e ao estanho se acrescentam
pequenas quantidades de chumbo, níquel, zinco ou outros metais, que
servem para conferir especiais características à liga. Na indústria
mecânica, por exemplo, emprega-se uma que possui um conteúdo de chumbo
bastante elevado, por vezes 15 por cento. Certos bronzes artísticos,
entre os quais famosos são os japoneses, podem conter porcentagens de
ouro, prata,antimônio, arsênico, e assim por diante. Nesses casos, a
liga assume belíssimas colorações.
Esta liga caracteriza um importante estágio da civilização.
Depois da idade da pedra e após aquele período de transição durante
o qual se empregaram, contemporaneamente, objetos de pedra e de cobre, a
descoberta da liga brônzica representou um passo decisivo no progresso
técnico da fabricação de todos os utensílios que deram ao Homem a
possibilidade de potenciar seus próprios trabalhos e criar novas
condições de vida.
O bronze se obteve quando surgiu o forno de tiragem forçada, que
pode fornecer uma temperatura de 1100 ou 1200 graus, e é provável que a
descoberta da liga tenha ocorrido por acaso, com a fusão contemporânea
de cobre e minerais de estanho. Enquanto o cobre, sozinho, funde a 1083
graus, a presença de 20 por cento de estanho reduz a 900 graus o calor
necessário para a fusão.
A indústria do homem primitivo,
indubitavelmente, se beneficiou deste fato, e, se pensarmos que o bronze
possui uma dureza muito superior à do cobre, compreende-se como este
foi, bem depressa, suplantado pela nova liga, na fabricação de
utensílios ou de armas. Não se pode estabelecer, com segurança, qual o povo que, em
primeiro lugar, a preparou. Talvez tenham sido os Sumerianos. Todavia,
faz-se remontar sua descoberta a cerca de 3500 anos a.C., e é certo que a
metalúrgica do bronze nasceu na Ásia anterior – na Caldéia, na zona do
Tigre inferior ou no baixo vale do Eufrates – e depois passou para o
Egito e para a Europa. Apareceu na bacia do Mediterrâneo, no curso do
terceiro milênio e, na Europa Central, cerca de 200 a.C..
Outra importante questão é a de saber onde os Antigos conseguiam
estanho. Ao passo que o cobre e seus minerais são bastante difusos, o
estanho, ao contrário, é bem mais raro. Além disso, não se encontra,
nunca, em formas facilmente reconhecíveis e suas jazidas mais vastas
estão muito distantes dos centros das antigas civilizações.
Realmente, hoje, os países que produzem a maior quantidade de estanho
são a Malásia, a Indochina, a Bolívia, o Congo, a Tailândia e a Nigéria.
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