quarta-feira, 9 de março de 2011

GÊNEROS LITERÁRIOS

Gênero Lírico 

A poesia lírica nem sempre teve o mesmo sentido. Entre os gregos, essa composição poética era cantada e acompanhada pela lira (um dos instrumento s musicais mais antigos, muito estimada pelos gregos, tornou-se emblema de Apolo e dos poetas em geral), daí o seu nome. Posteriormente, a expressão poesia lírica generalizou-se e passou a ser toda a composição poética em que predominava o subjetivismo, que refletia o mundo interior do artista: os seus sentimentos e emoções, como o amor, a saudade, a tristeza, a melancolia, etc.      
O gênero lírico apresenta-se, de modo especial, em versos (soneto, ode, elegia, balada, madrigal, sátira, epitalâmio, etc). 
_ Ode: tem sua origem na poesia clássica grega. É uma poesia entusiástica, de exaltação. 
_ hino: ligada à estrutura da ode, é uma poesia de louvor à pátria ou às divindades. 
_ elegia: poema lírico de tom quase sempre terno e triste. 
_ madrigal: constitui um dos gêneros mais importantes da música profana italiana.
_ epitalâmio: canto ou poema nupcial. 


Gênero Épico 

A palavra epopéia vem do grego épos (verso) + poieô (faço). Constitui um dos grandes e mais antigos gêneros literários. Trata-se de uma narrativa feita, essencialmente, em versos; é sobretudo um canto, um poema de exaltação. A epopéia narra grandes feitos heróicos. Sua principal característica é ter um narrador que fala dos acontecimentos grandiosos e heróicos da história de um povo. Um dos elementos da epopéia e o “maravilhoso”, isto é, a ação dos deuses se faz presente para a “grandeza e majestade” do poema. 
Dentre os poemas épicos destacam-se: 
_ Ilíada e Odisséia, de Homero; 
_ Eneida, de Virgilio; 
_ Paraíso Perdido, de Milton;
_ Orlando Furioso, de Ariosto;
_ Jerusalém Libertada, de Torquato Tasso;
_ Os Lusíadas, de Luís de Camões. No Brasil, as principais epopéias foram: _ Uruguai, de Basílio da Gama;
_ Caramuru, de Santa Rita Durão.
A partir de fins do século XVIII, este gênero começa a desaparecer para da lugar à narrativa em prosa, o romance (gênero oriundo da epopéia, muito utilizado no Romantismo). Gênero Dramático A palavra dramático vem de drama, que em grego significa ação. No gênero dramático não há narrador. Por isso, os textos são próprios para serem encenados.
A partir do momento em que o texto literário é representado no teatro por atores, passa a ser uma arte mista: literatura, coreografia e música conjugam-se. No palco, os atores representam as personagens que ora dialogam, ora monologam. A fala do narrador, neste caso, é substituída pela rubrica. Portanto, o enredo, neste gênero literário, é fundamental. No texto literário, quando encenado, a linguagem verbal combina-se com a não-verbal (gestos, expressões fisionômicas, etc.).
Existem vários tipos de textos pertencentes ao gênero dramático:
_ a tragédia: de origem clássica, seu objetivo principal era inspirar medo e compaixão aos que a assistiam, através da exposição de cenas de grandes feitos de virtude ou de crime, além de desgraças ou infortúnios, castigos e traições. Acreditava-se que, por meio da tragédia, se “purificavam” os sentimentos.
_ a comédia: tem sua origem nas festas em honra ao deus Dionísio; é voltada a provocar riso através de contrastes. Tem por objetivo criticar o comportamento humano através do ridículo;
_ a tragicomédia: mistura das duas anteriores, em que ocorrem acontecimentos tristes, mas o desfecho é feliz;
_ o drama: espécie de modernização da tragicomédia, em que se alternam momentos de alegria e dor;
_ a farsa: representação mais leve, em que se ridicularizam costumes ou elementos da sociedade, apelando para a caricatura;
_ o auto: composição dramática, com argumento geralmente bíblico, burlesco e também alegórico. O auto constitui uma das formas mais populares do antigo teatro português. Os mais notáveis autos pertencem a Gil Vicente.


Gênero Narrativo
     Na atualidade, passou-se a chamar de gênero narrativo ao conjunto de obras em que há narrador, personagens e uma seqüência de fatos. É uma variante do gênero épico. Abrange várias modalidades de textos em que aparecem os seguintes elementos:
a) foco narrativo: presença de um elemento que relata a história como participante (narrativa em primeira pessoa). Alguns autores observam, ainda, que o narrador pode ser também onisciente, quando apesar de não participar diretamente da história, conhece até mesmo o pensamento das personagens.
b) enredo: é a seqüência de fatos, podendo seguir a ordem cronológica em que eles ocorrem (sucessão temporal dos fatos), ou a ordem psicológica (sucessão de fatos, segundo as lembranças ou evoluções das personagens, apresentando, muitas vezes, flashbacks ou voltas ao passado).
c) personagens: seres criados pelo autor com características físicas e psicológicas determinadas.
d) tempo e espaço: o momento e o local em que os fatos são narrados e onde se desenrolam.
e) conflito: situação de tensão entre elementos da narrativa.
f) climax: a situação criada pelo narrador vai progressivamente aumentando sua dramaticidade, até que chega a um ponto máximo: o climax.
g) desfecho: momento que sucede o climax, no qual se finaliza a história e cada personagem se encaminha para seu “destino”.
     Ao gênero narrativo pertencem as seguintes modalidades de textos:

O Romance 
     Foi principalmente por influência francesa que em Portugal e no Brasil se passou a dar o nome de romance ao gênero que os escritores portugueses denominavam novela, antes do século XIX. Somente nas literaturas modernas é que o romance alcançou seu pleno desenvolvimento. O romance caracteriza-se por conter:
_ narrativa longa;
_ enredo complexo;
_ um ou vários conflitos das personagens.
     São tidos como romances:
_ Dom Casmurro, de Machado de Assis;
_ Canaã, de Graça Aranha;
_ O Ateneu, de Raul Pompéia (e muitos outros).
     Conforme o conteúdo, os romances classificam-se em históricos, policiais, regionais, de costumes, etc.

A Novela 
     A novela diferencia-se do romance não pelo número de páginas, mas pela técnica de composição. A novela nada mais é do que a condensação dos elementos que formam o romance:
_ diálogos breves;
_ sucessão de conflitos, vistos com mais superficialidade do que no romance;
_ o enredo não traz complexidade;
_ o tempo e o espaço estão conjugados dentro da estrutura novelesca;
_ as narrações e as descrições são condensadas, encaminhando-se logo para o desenlace da história; Camilo Castelo Branco foi considerado o criador da novela passional em Portugal; escreveu várias novelas passionais, entre elas: Amor de Perdição, A Doida do Candal, O Regicida.

O Conto 
     O conto, por ser breve e simples, é um gênero muito cultivado. Apresenta as seguintes características: 
_ tem mais brevidade dramática do que o romance e a novela; 
_ poucos personagens intervém na narrativa; 
_ cenários limitados, espaço restrito; 
_ espaço de tempo curto; 
_ diálogos sugestivos que permitem mostrar os conflitos entre as personagens; 
_ a ação é reduzida ao essencial, há um só conflito; 
_ a narrativa é objetiva: por vezes, a descrição não aparece. 
 
A Crônica 
     É um gênero literário antigo e muito cultivado atualmente. Rubem Braga, Luís Fernando Veríssimo, Lourenço Diaféria, Carlos Drummond de Andrade, Fernando Sabino, Stanislaw Ponte Preta são alguns dos mestres na arte de fazer crônicas. Este gênero trata de fatos do dia-a-dia. A ação é rápida, sintética. 
     Há vários tipos de crônicas: humorísticas ou melancólicas; outras primam pela crítica social; alguns apresentam profundos ensinamentos sobre o comportamento humano; 
 
Outros Gêneros 
     O apólogo e a fábula foram gêneros narrativos muito cultivados pelos clássicos. Vejamos as características desses gêneros: No apólogo: 
_ as personagens são seres inanimados; 
_ tem por objetivo um ensinamento moral. 
     Antes do Romantismo, a fábula era um gênero poético. 
     Na fábula: 
_ a história envolve a vida de animais; 
_ apresenta, como o apólogo, uma lição de moral.

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