quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

O URÂNIO

     O advento da era atómica trouxe à ribalta da notoriedade e da fama, no mundo todo, um elemento químico que, até há poucas dezenas de anos, era considerado de escassa utilidade: referimo-nos ao urânio, o material que é empregado para provocar a cisão atómica, na reação nuclear. Da importância que possui, hoje, este elemento químico poderemos avaliar, pensando que seria possível, com a cisão nuclear de um quilo de urânio, obter-se uma energia térmica igual à que poderia fornecer a combustão de duas mil toneladas de petróleo! 
     É claro que, com tais possibilidades, o urânio tornou-se, nos últimos tempos, precioso e procurado; e por isso se pode, realmente, falar em uma “febre do urânio”, que, tal como a “febre do ouro”, de um século atrás, impeliu milhares de Americanos a dedicar-se à busca do precioso elemento, servindo-se de adequados aparelhos práticos e manejáveis: os contadores Geiger. 
     Mas, onde e como se encontra o urânio? Antes de tudo, deve-se saber que o urânio em estado puro, ou seja, isolado, não se encontra, ao passo que é possível encontrá-lo, combinado, em diversos tipos de minérios, que se acham um pouco por todos os pontos do globo. Entre estes minerais, que são mais de oitenta, interessam os que apresentam um “teor”, isto é, uma porcentagem de urânio tal que permita a extração. 
     O urânio, por exemplo, por exemplo, existe também na água do mar, e, podendo-se explorar todos os oceanos, teremos urânio em enormes quantidade; mas hoje como ontem, a porcentagem é muito baixa, para que se possa pensar em extraí-lo da água marinha. As rochas que podem ser exploradas apresentam um teor de 1/300 ou 1/400, ou seja, uma parte de urânio sobre 300 ou 400 partes de outras substâncias. Os minerais mais ricos de urânio são a “uranite”, também chamada “pechblenda”, uma rocha de cor preta, brilhante com reflexos de verde, e a “autunite” (encontrada nos arredores da cidade francesa de Autun). 
     As minas mais importantes de minérios de urânio estão situadas no Congo Belga, em Shinkolobwe, no Canadá, na região do Colorado, nos Estados Unidos e, na Europa, nas montanhas do Erz, entre a Tchecoslováquia e a Alemanha, sem falar nas imensas jazidas do Brasil Central. As minas do Erz funcionavam, já há cinco séculos, quando ali se extraía prata; tanto é verdade que, do nome das cidades dos minérios, as moedas de prata foram denominadas “joachimsthaler”, depois “thaler”,de que, em seguida, surgiu o nome “dólar”.
     Foi um farmacêutico de Berlim, Heinrich Martin Klaoroth, que pelo fim do século VIII, de um pedaço de mineral extraiu, pela primeira vez, o urânio. O urânio puro, que é extraído dos minérios, apresenta-se sob a forma de pequena esferas ou de “detritos”, isto é, de blocos com muitíssimas ramificações, de cor variável, da prata ao cinza-escuro. Não é, porém, muito fácil extrair urânio dos minérios que o contém, porquanto se trata de compostos, todos muito “estáveis”, isto é, que dificilmente reagem por processos químicos. 
     Auxílio indispensável para a busca do urânio é o contador Geiger, que indica a presença da radioatividade, ou seja, das radiações que são emitidas pelo urânio. O contador Geiger, que indica a presença da radioatividade, ou seja, das radiações que são emitidas pelo urânio. O contador Geiger é acionado lentamente, conservando-o a uma distância de pouco mais de meio metro da rocha que pretende “explorar”. 
     Quando o ponteiro do contador se movimenta sobre o mostrador adequado, atingindo certos valores, pode-se acreditar que se está na presença do precioso mineral. Retira-se então, uma amostra, que é, depois, levada para um laboratório químico, para ser analisada: se o resultado da análise for satisfatório, a zona de onde foi extraído passará a ser estudada pelos geólogos, que localizarão a jazida. Além desse recurso, dos contadores Geiger, os minérios de urânio podemser pesquisados também por meio de raios ultravioletas, porque, expostos estes raios, esses minerais apresentam uma característica de cor verde-amarela.

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