O
advento da era atómica trouxe à ribalta da notoriedade e
da fama, no mundo todo, um elemento químico que, até há
poucas dezenas de anos, era considerado de escassa utilidade:
referimo-nos ao urânio, o material que é empregado para
provocar a cisão atómica, na reação
nuclear. Da importância que possui, hoje, este elemento químico
poderemos avaliar, pensando que seria possível, com a cisão
nuclear de um quilo de urânio, obter-se uma energia térmica
igual à que poderia fornecer a combustão de duas mil
toneladas de petróleo!
É claro que, com tais
possibilidades, o urânio tornou-se, nos últimos tempos,
precioso e procurado; e por isso se pode, realmente, falar em uma
“febre do urânio”, que, tal como a “febre do ouro”, de
um século atrás, impeliu milhares de Americanos a
dedicar-se à busca do precioso elemento, servindo-se de
adequados aparelhos práticos e manejáveis: os
contadores Geiger.
Mas, onde e como se encontra o urânio? Antes
de tudo, deve-se saber que o urânio em estado puro, ou seja,
isolado, não se encontra, ao passo que é possível
encontrá-lo, combinado, em diversos tipos de minérios,
que se acham um pouco por todos os pontos do globo. Entre estes
minerais, que são mais de oitenta, interessam os que
apresentam um “teor”, isto é, uma porcentagem de urânio
tal que permita a extração.
O urânio, por
exemplo, por exemplo, existe também na água do mar, e,
podendo-se explorar todos os oceanos, teremos urânio em enormes
quantidade; mas hoje como ontem, a porcentagem é muito baixa,
para que se possa pensar em extraí-lo da água marinha.
As rochas que podem ser exploradas apresentam um teor de 1/300 ou
1/400, ou seja, uma parte de urânio sobre 300 ou 400 partes de
outras substâncias. Os minerais mais ricos de urânio são
a “uranite”, também chamada “pechblenda”, uma rocha de
cor preta, brilhante com reflexos de verde, e a “autunite”
(encontrada nos arredores da cidade francesa de Autun).
As minas mais
importantes de minérios de urânio estão situadas
no Congo Belga, em Shinkolobwe, no Canadá, na região do
Colorado, nos Estados Unidos e, na Europa, nas montanhas do Erz,
entre a Tchecoslováquia e a Alemanha, sem falar nas imensas
jazidas do Brasil Central. As minas do Erz funcionavam, já há
cinco séculos, quando ali se extraía prata; tanto é
verdade que, do nome das cidades dos minérios, as moedas de
prata foram denominadas “joachimsthaler”, depois “thaler”,de
que, em seguida, surgiu o nome “dólar”.
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