quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA NO BRASIL

     A entrada de escravos no Brasil data dos primeiros tempos coloniais. Os portugueses, a princípio, tentaram escravizar os índios, mas estes, nômades e rebeldes, não se submeteram, fugindo para as matas. Assim, os conquistadores recorreram à África, em busca de braços para a lavoura. Os negros eram apanhados em Moçambique, Guiné, Congo, Angola, São Tomé, principalmente na costa ocidental do continente africano, e desembarcados na Bahia. Durante quase 400 anos, aqui entraram milhões de africanos. Havia mais de 50 navios empregados nesse horrendo mercado de carne humana, mas, depois da Independência, começou a ganhar vulto a campanha para sua extinção. 
      José Bonifácio, em 1823, e Feijó, em 1831, propunham medidas para a alforria dos negros. E de todos os recantos do País surgiram brados em prol dos escravos. De 1850 em diante, a propaganda passou a ser feita através de jornais, comícios e por sociedade, que escondiam os negros fujões. 
     Em 1831, fora decretada uma lei nesse sentido, mas só foi confirmada em 1850, graças aos esforços de Eusébio Queiroz, sob pressão da Inglaterra. A campanha prosseguiu, e, a 28 de setembro de 1871, deu-se mais um passo à frente, com a Lei do Ventre Livre, que libertava as crianças nascidas dessa data em diante. O Visconde do Rio Branco foi o autor dessa lei. A 28 de setembro de 1885, sancionou-se a Lei do Sexagenário, que considerou livres os escravos com mais de 60 anos, apresentada pelo Conselheiro Cotegipe. Muitas alforrias eram feitas, também, por testamentos, além do dinheiro conseguido entre o povo.
      Os senhores de engenho e os grandes fazendeiros resistiam, porque não podiam prescindir de braços em suas lavouras, e o negro ainda era o mais barato. O tráfico era um negócio bastante lucrativo, pois, embora muitos escravos morressem durante a viagem, os remanescentes eram vendidos a bom preço, 32 libras, em média, mais caros do que os bois. O governo imperial apoiava os escravocratas, o que fazia com que aumentasse a reação contra o regime, fomentada pelos adeptos da República. 
     Os principais abolicionistas foram José do Patrocínio, Luis Gama, Antônio Bento de Sousa, Castro Alves, Joaquim Nabuco, Rui Barbosa, Visconde do Rio Branco, Eusébio de Queiroz e muitos outros. 
     Finalmente, a 13 de maio de 1888, por iniciativa do Conselheiro João Alfredo, foi assinada, pela Princesa Isabel, então regente do Império, na ausência de Dom Pedro II, a Lei Áurea, que punha ponto final na vergonhosa exploração do homem. O País inteiro rejubilou-se, houve festa em todas as regiões, confraternizaram brancos e negros. Manda a verdade que se diga, porém, que muitos senhores já se haviam conformado com essa solução e procuravam reter os negros em suas terras, como empregados, com tratamento mais humano. Os dias do Império, entretanto, já estavam contados.

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